O Esquerda Diário recebeu denúncias anônimas de trabalhadores de uma grande obra da MRV na zona norte do Rio de Janeiro. A denúncia inclui demissões, cortes em vale refeição, falta de comida adequada, falta de equipamentos de segurança individual e uma longa lista de abusos de uma patronal que lucra milhões e ainda esconde dinheiro em paraíso fiscal.
sexta-feira 15 de outubro de 2021 | Edição do dia
A situação relatada por diferentes trabalhadores da MRV em um canteiro na zona norte do Rio de Janeiro não são uma exceção. São uma realidade de norte a sul do país e ecoam o que diziam os trabalhadores da mesma empresa em sua greve em Campinas, no interior paulista. Também não são uma exclusividade dessa patronal, refletem a situação em vários outros canteiros de obras no país.
Nas denúncias anônimas recebidas pelo Esquerda Diário fica constatada a falta de equipamentos de proteção individual e ferramentas adequadas para o serviço, resultando em um maior esforço físico da parte dos trabalhadores e tornando mais difíceis e perigosas as tarefas diárias, também não há a fiscalização para o cumprimento das normas de segurança. Até mesmo falta de comida adequada é relatada pelos trabalhadores.
Além de não prezar pela vida dos trabalhadores durante o expediente, não prezam por ela fora dele, em um momento de crise econômica e aumento da fome no país, foram relatados também casos de demissões, trabalhadores colocados em aviso prévio e o corte do Vale Alimentação em caso de afastamento com atestado médico, política contraditória e desumana a ser aplicada durante uma pandemia.
Os trabalhadores depois de passar um grande período de árduo trabalho em condições cansativas, são obrigados a descansar no chão forrado com papelão nos canteiros e vestiários, devido à falta de condições pra descanso durante o intervalo.
Um trabalhador disse:
“Um grupo foi mandado embora agora, nos impossibilitando de levar nosso sustento para casa e de termos um final de ano digno”. É indignante, famílias passando fome, entrando na fila do osso enquanto o dono da MRV manda milhões para paraíso fiscal.
Outro trabalhador relatou:
“Estamos de aviso prévio. Querem que a gente produza e depois não teremos mais serventia. Queremos ser tratados com respeito e sermos dignos de um salário melhor. Trabalhamos muito e depois somos esquecidos por metas impostas e ganhos entre eles no final de ano.”
A hipocrisia do patrão Rubens Menin, dono da MRV, é exposta com a denúncia do esquema de sonegação fiscal pela Pandora Papers. A empresa fatura milhões em cima da exploração de seus funcionários, os colocando em péssimas condições de trabalho e depois realizando demissões e os jogando na miséria, para aplicar seu patrimônio em paraísos fiscais.
A MRV é a mesma empresa que se negou a atender reivindicações de trabalhadores mesmo depois de mais de 40 dias de greve em Campinas.
O Esquerda Diário esteve apoiando a greve em Campinas e noticiando a luta dos trabalhadores a canteiros da MRV em todos os estados. Nos abrimos para receber denúncias de trabalhadores da MRV, de outras empresas e em todo país.
Quer denunciar? Mande seu relato para +55 11 97750-9596
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