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LUTA NO METRÔ | Trabalhadoras da Higilimp dão exemplo e contam com a solidariedade de outras categorias

A paralisação, que se iniciou na sexta-feira, dia 8, em protesto contra o não pagamento do salário, desencadeou uma greve deflagrada na segunda-feira, dia 11, já com forte solidariedade dos trabalhadores efetivos do metrô.

Gabriela FarrabrásSão Paulo | @gabriela_eagle

sexta-feira 15 de janeiro de 2016 | 15:10

Assim como os metroviários que já demonstravam grande solidariedade, os cipistas da linha 1-azul do metrô também fizeram questão de demonstrar solidariedade a greve dessas guerreiras, trabalhadoras invisíveis que garantem o título de metrô mais limpo do mundo ao metrô de São Paulo, sob uma dura carga de trabalho recebendo salários miseráveis, que nesse mês de janeiro não deu nem mesmo para suas contas.

Em combate a terceirização, pedindo o imediato pagamento dos salários atrasados e em campanha pela efetivação imediata sem concurso público de todas as terceirizadas também se colocaram os trabalhadores do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo – USP.

Bancários também se solidarizaram com as terceirizadas em greve durante a concentração do segundo grande ato contra a tarifa, que aumenta para 3,80 no mesmo metrô que paga um salário de miséria as trabalhadoras que garantem a sua limpeza. Os estudantes da USP também se solidarizaram a essa greve.

Silvana, trabalhadora terceirizada da USP, esteve essa manhã em frente a SRTE durante a mesa de negociação do fim da greve em apoio a greve das trabalhadoras da Higilimp e contou que sofreu a mesma coisa, que sofreram agora essas trabalhadoras, em 2005 e 2010 e questionou até quando essa situação persistirá e até quando a SIEMACO, sindicato das terceirizadas, continuará abandonando as trabalhadoras em greve. Junto com Silvana estava Patrícia Galvão, também trabalhadora da USP, representando Secretaria de Mulheres do SINTUSP - Sindicato dos Trabalhadores da USP apoiando ativamente a greve das terceirizadas da Higilimp.

O juiz de direito e professor da USP, Jorge Luiz Souto Maior também demonstrou apoio a greve das trabalhadoras declarando:

Cruzar os braços em razão do não recebimento de salários não é greve é obrigação. Essa obrigação, ademais, é garantida juridicamente pela cláusula do "exceptio non adimpleti contractus" e determinada pela expressão da dignidade humana, ainda mais em se tratanto de relação de trabalho terceirizada, cujo objetivo implícito é o de desafiar e rebaixar a condição de cidadania dos trabalhadores. Aos trabalhadores não importa, juridicamente falando, a discussão do tomador e do prestador de serviços sobre quem deve a quem, pois o direito ao recebimento de salários é um direito fundamental que pode ser exigido tanto de uma quando de outra empresa, vez que beneficiárias do serviço. Do ponto de vista das empresas, tomadora e prestadora, a única solução possível para o impasse é pagar os salários em atraso, podendo, inclusive, ser responsabilizadas pelo dano moral experimentado pelos trabalhadores, advindo da falta do recebimento do salário no tempo devido.

É muito importante demonstrar solidariedade e apoiar a greve dessas trabalhadoras, que são o setor mais precário e as primeiras a sofrerem com os ataques feitos pelo estado e patronal para garantir seus lucros durante a crise.




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