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Racismo | Trabalhador negro reporta roubo e acaba preso na véspera do Dia Nacional da Consciência Negra

Alberto Meireles Santana, homem negro, da classe trabalhadora, que tem carteira assinada há 20 anos e residência fixa no RJ, está preso após reportar um assalto e ser acusado de outro roubo. Ele teria sido identificado unicamente por uma foto 3x4 encontrada dentro de sua carteira roubada. Ele foi preso ontem em Realengo.

quinta-feira 18 de novembro de 2021 | Edição do dia

Mais uma vez, nas vésperas do 20 de Novembro - Dia Nacional da Consciência Negra -, temos um caso que escancara o racimo no Brasil. No ano passado, dia 19/11, Beto foi brutalmente assassinado no Carrefour em Porto Alegre/RS. O assassinato gerou revolta na Capital Gaúcha e em outros estados da União.

Confira mais sobre o assasinato de Beto: https://www.esquerdadiario.com.br/P...

“Preto no Brasil, infelizmente, vai ser sempre discriminado e acusado dessas coisas”, disse o pai de Alberto.

Alberto foi roubado em 2019 e registrou um boletim de ocorrência. Dias depois a polícia achou sua carteira que havia sido roubada. A polícia mostrou uma foto 3x4 que estava entre os documentos roubados de Alberto para uma outra vítima de assalto realizado na mesma região, ela o “reconheceu” como o assaltante. Detalhe: o documento que foi usado na identificação foi encontrado em um carro do mesmo modelo que os assaltantes usaram no assalto de Alberto, o qual consta no boletim de ocorrência.

"Não sou culpado das coisas que eu não fiz. Trabalho desde novo e nunca precisei roubar nada de ninguém. Tenho medo, primeiro de ser preso, uma coisa que eu não fiz e ficar desempregado também né. Se eu for preso vou ser mandado embora e já tenho quase 40 anos e pra mim não vai ficar fácil depois de arrumar outro emprego né?", comenta Alberto.

O trabalhador só descobriu que estava sendo acusado de um crime em janeiro desse ano, quando soube que havia um mandado de prisão expedido contra ele. Alberto se tornou réu por uma forma de reconhecimento que atualmente está fora do nosso código penal. A Advogada, Lucia Helena Oliveira, da Defensória Pública do Rio pediu a revogação da prisão, mas a Justiça negou. Agora, ela está aguardando uma decisão de soltura via habeas corpus.

O aparato repressivo do Estado burguês (a polícia, justiça, MP) nos mostra semanalmente sua brutalidade contra a classe trabalhadora, em especial contra os negros e negras, que são constantemente assassinados pela polícia ou sequestrados e postos em cativeiro no sistema prisional brasileiro. Esse é mais um exemplo da política nefasta da burguesia brasileira.

Confira também sobre encarceiramento por reconhecimentos falsos: https://www.esquerdadiario.com.br/N...




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