×

EM PRONUNCIAMENTO | Temer só vai demitir ministros que forem réus na Lava-Jato e ameaça direito à greve

Nesta segunda (13) o presidente Michel Temer fez um pronunciamento prometendo afastar definitivamente os ministros que virarem réus na Lava Jato. Ele também anunciou que o governo proporá um projeto que "regulamente" o direito à greve dos servidores públicos.

segunda-feira 13 de fevereiro de 2017 | Edição do dia

O pronunciamento do presidente golpista Michel Temer no final da manhã desta segunda iniciou em tom de defesa. Ele fez questão de demarcar que "não há tentativa de bllindagem" em suas nomeações a figuras citadas na Lava Jato, como Moreira Franco, nomeado ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

O presidente pareceu impaciente com o fato de que a "simples menção" de seus pares na Lava Jato já seja suficiente para incriminar seus ministros frente à opinião pública. Ele prometeu que todo o ministro que for denunciado, será afastado provisoriamente. Já os que chegarem a se tornar réus serão afastados definitivamente.

A citação não poderia mesmo ser um critério para Temer derrubar os seus ministros, sob risco de não lhe restarem alternativas de sucessão em determinado momento do governo. Isso porque, como disse Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado, citados todos eles são.

"Regulamentação" ou ameaça ao direito de greve?

O tom defensivo, entretanto, logo mudou quando anunciou que será proposto um projeto de lei que altera o direito à greve nos chamados "serviços essenciais". Ele faz questão de ressaltar que esta alteração não tem relação com o motim da polícia do Espírito Santo, tendo em vista que as "greves" de polícia já são ilegais.

Se a proposta não diz respeito à polícia, braço armado do Estado capitalista, então ela diz respeito aos trabalhadores do serviço público, certo? É pouco provável que uma proposta de "regulamentação" do direito de greve, vinda do governo da PEC do fim do muno, não seja algo no sentido de impedir os servidores públicos de lutar contra o governo.

Já existe, por exemplo, propostas de considerar a educação como serviço essencial, o que significa que professores não teriam mais direito à greve. O STF também já tratou de autorizar o corte de ponto de servidores grevistas. Uma alteração na lei de greve, modificando inclusive o que se considera "serviços essenciais" e, portanto, quem pode e quem não pode fazer greve, terá impacto imediato em lutas como a dos servidores de Florianópolis. O mesmo vale para estados onde a crise é mais aguda e onde os servidores estiveram em luta por salários e direitos básicos ao longo de todo 2016, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

O governo golpista tenta provar sua lisura e segue seus ataques. Nos próximos dias pode lançar um projeto que utilize o reacionário motim da polícia no Espírito Santo para limar o direito de greve dos demais servidores públicos (estes sim, trabalhadores, ao contrário dos policiais).




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias