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PRIVATIZAÇÃO AEROPORTOS | Temer golpista quer avançar na privatização dos aeroportos

Presidente golpista interino busca avançar na privatização dos aeroportos do país precarizando os servições de aviação e aumentando riscos de acidentes

Fernanda PeluciDiretora do Sindicato dos Metroviários de SP e militante do Mov. Nossa Classe

quarta-feira 27 de julho de 2016 | Edição do dia

Anunciada privatização dos aeroportos no país desde o ano passado, o governo golpista de Michel Temer promete avançar neste projeto a partir do modelo "filé com osso", onde prevê que unidades bastante lucrativas como Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ) sejam privatizadas junto aos demais terminais deficitários do país.

A ideia inicial do governo golpista era vender quatro unidades neste ano (Porto Alegre, Florianópolis, Salvador e Fortaleza), que já renderiam R$ 4,1 bilhões de receita. A inclusão dos novos aeroportos à lista de privatização é justificada pelo ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, perante o novo cenário econômico do país, do qual diz ser necessário para arrecadar recursos mais rapidamente para reduzir o suposto rombo orçamentário. A privatização da rota aérea mais movimentada do país, Rio-São Paulo, tem como previsão chegar a um lucro de R$ 170,5 bilhões ainda este ano. Já foram concedidos à iniciativa privada seis aeroportos, que totalizam 45% do fluxo de passageiros no Brasil.

As tentativas do governo e da mídia de justificar a privatização dos aeroportos no país passam por dizer que os aeroportos das cidades do interior ou capitais de pouco movimento dão prejuízo pois os mesmos "dependem da comercialização de lojas". Por trás deste discurso mentiroso está colocado o interesse de manter os exorbitantes lucros dos grandes empresários da aviação.

O que a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (ABEA) chama de "pior momento da aviação desde 2003" é, na verdade, a grande justificativa para tornar as demissões em curso "aceitáveis", escondendo que as empresas Latam, Gol, Azul e Avianca continuam enriquecendo, ainda que em menor medida comparando a outros anos, ao ponto dos capitalistas maquiarem o crescimento como "retração" e assim implementarem o ataque de 3.650 demissões somente no último ano.

O sucateamento da aviação no país vêm trazendo diversos impactos aos serviços prestados à população, que com a privatização se aprofundará. Aumento de atrasos e cancelamentos de voos, demissões aumentando a superexploração dos trabalhadores do voo e do solo, escalas de trabalho extenuantes, aumento de acidentes de trabalho e comprometimento com a segurança dos passageiros.

Torna-se urgente, e mais do que necessária, a imediata abertura das contas de todas as empresas aéreas para que as mesmas sejam apuradas pelos trabalhadores, a proibição das demissões e a estatização de todo o sistema aéreo, colocando o controle deste serviço nas mãos dos trabalhadores da aviação e dos passageiros, os únicos interessados na garantia das operações seguras e de qualidade a todos.




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