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Temer e ministros golpistas são responsáveis pelo assassinato de Marielle, mas não nos calarão

O assassinato de Marielle Franco (PSOL) escandalizou o país, já são diversos atos marcados e a revolta contra a violência policial e a intervenção federal no RJ está patente. Frente a isso “lágrimas de crocodilo” escorrem dos pronunciamentos de pesar do presidente Temer e seus ministros, enquanto dizem que o fato não afeta a intervenção federal, que foi só “mais uma tragédia diária do RJ”. Esse assassinato é responsabilidade do governo e todos os golpistas que tiram o futuro da população enquanto usam das forças policiais e do exército para tentar nos calar.

Isabel Inês São Paulo

quinta-feira 15 de março de 2018 | Edição do dia

Nessa quarta-feira assassinaram Marille Franco (PSOL), todos os indícios são de execução. A vereadora recentemente havia denunciado a violência policial, isso logo após o governo Temer ter acionado uma intervenção federal no Estado que de modo algum tem o objetivo de “resolução da violência”, mas sim uma medida violenta e autoritária contra os trabalhadores, e toda a população e a esquerda que vem denunciando e lutando contra a crise que passa o estado. O assassinato de Marielle é resultado dessa medida, na qual Temer e todos os golpistas tem responsabilidade.

A população do Rio de Janeiro vem sofrendo com cortes de verbas em saúde, educação, transporte e todas os direitos sociais, os professores sofrem com a falta de salário e os estudantes com a violência que entra pelos muros das escolas e atingem crianças, como foi o caso de Maria Eduarda. A precarização na vida que os cortes do governo impõem a população criam um Estado no caos, “falta tudo”, emprego, condições de vida mínimas.

Para Temer e o exército o Rio de Janeiro é um laboratório de repressão, intervieram no Estado logo após a explosão de revolta ter surgido junto com o samba da Tuiuti, ou seja, busca reprimir possíveis revoltas e abrem espaço para assassinatos como de Marielle ocorram. Isso porque querem calar as contestações que surgem.

Esse assassinato coloca em risco a intervenção federal, e todo o esforço de Michel Temer esta em tentar separar os dois fatores, isso porque a intervenção se por um lado foi “uma jogada de mestre”, ofuscando a derrota na reforma da previdência e colocando uma “agenda positiva” de suposto “combate a violência” para o governo Temer, enquanto abriu um precedente para o executivo poder intervir com as forças militares nos estados. Por outro já era de se anunciar a fragilidade da intervenção, porque se é certo que a população não aguenta mais a violência, é também que desde o Amarildo é massivo o sentimento que a polícia é responsável por muitas das mortes e que fato como esses poderiam fazer explodir a revolta a ação militar. Que se prova dia a dia, que não pode resolver para nada a violência mas sim a potencializar.

Marielle Franco foi escolhida, em fevereiro, uma das relatoras da comissão criada para monitorar os trabalhos da intervenção federal. O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun tentou fez um discurso defensivo tentando desvencilhar o assassinato da intervenção federal, fazendo um discurso que não convence ninguém, ”É um assassinato. Só faltava alguém pensar que, com a intervenção, cessariam os assassinatos no Rio de Janeiro. Obviamente que nós não temos essa pretensão. O que nós temos é a pretensão do restabelecimento do exercício da autoridade e o fato de que, em breve descobriremos, quem, os autores desse absurdo assassinato, é prova de que a autoridade está em restabelecimento no Rio de Janeiro", afirmou.

Já o ministro Torquato Jardim, da Justiça, segundo o site G1, ao ser questionado se o assassinato de Marielle colocava "em xeque" a intervenção federal, ele afirmou "Foi uma tragédia, mais uma tragédia diária do Rio de Janeiro. Lamentável. É preciso conhecer bem as razões e encontrar os responsáveis. Isso não põe em xeque a eficácia da intervenção federal [na segurança do Rio de Janeiro]. [...] O fato de ontem é uma tragédia em si, isso é uma tragédia, é mais uma tragédia inominável das centenas que estão ocorrendo no Rio de Janeiro há muito tempo, milhares se vocês contarem vários anos. Mas vamos por partes, vamos atuar com cuidado e investigar o caso, caso a caso", afirmou.

Já Temer vem afirmando de forma absolutamente demagógica, já que ele é o responsável direto pela intervenção federal, que quer que as investigações corram rápido, e colocou o governo a disposição. Mas essas declaração não enganam que, apesar de pronunciar seu pesar, a sua pressa é justamente para que o fato não desgaste a intervenção federal nem surja um movimento nas ruas, escolas e locais de trabalho que se coloquem contra a intervenção e a violência, mas com os métodos de luta. Isso poderia ser um empecilho a agenda de ataques, e o “laboratório” do RJ poderia se transformar num exemplo e organizador da luta.

Frente a esse triste fato, a luta contra todo o aprofundamento do golpe, os cortes, ataque aos diretos trabalhistas, o aumento do autoritarismo do judiciário e a intervenção federal deve se organizar nas escolas e locais de trabalho, com atos, manifestações e greve, ou seja, retomando os métodos de luta dos trabalhadores . A morte de Marielle deve ser vingada, porque não nos calaremos nem podemos permitir que sigam nos arrancando os direitos, a vida e “o couro”.




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