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Temer diz que reforma da previdência será “uma luta feroz” e promete lista de privatizações para dia 25

Enquanto as Olimpíadas correm, e as principais matérias dos jornais são as medalhas e os jogos, a política não para, aproximando a consolidação do impeachment as medidas de ajustes e ataques dos golpistas vão tomando formas mais acabadas. Chamado de desestatização pelo governo, Temer anuncia lista para dia 25 com o nome das empresas que serão entregues à iniciativa privada. Mesmo dia que começa o julgamento do impeachment.

Isabel Inês São Paulo

sexta-feira 12 de agosto de 2016 | Edição do dia

O jornal Valor Econômico entrevistou o presidente interino que disse que é necessário equilibrar o câmbio no Brasil, com o dólar em alta, assim pretende vender as empresas nacionais para equilibrar a economia. Mais do que um discurso econômico, os ataques na previdência e as privatizações eram dos principais objetivos do governo golpista, que vem respondendo a pressão do capital internacional e dos empresários que querem ver seus lucros ascenderem em cima de mais exploração, retirada de direitos e entrega dos recursos nacionais.

Temer também afirmou ver "um sucesso extraordinário" nos três meses de seu governo, o sucesso relatado pelo governante é o oposto as necessidades da população. Nessa ultima quinta-feira Temer se reuniu com cerca de 800 empresários da construção civil, e outras áreas, o presidente já havia se reunido também com alguns dos mais importantes representantes de bancos e de conglomerados industriais, reunidos no Instituto Talento Brasil (ITB).

Selando seus acordos com os bancos e empresas, o governo mostra como está disposto a todos os ataques para “sair da crise econômica” beneficiando os principais bancos e monopólios. As privatizações não só são a entrega das riquezas naturais do pais, e a demissão e precarização das condições de trabalho dos brasileiros, mas também a abertura para a influência dos monopólios imperialistas no Brasil, por esse motivo há tanta pressão para as mudanças econômicas dos golpistas. Diz respeito aos interesses imperialistas a buscarem maiores lucros.

Os ataques na previdência também estão na mira, e o presidente já anunciou que será a principal medida pós impeachment, "Vai ser uma luta feroz. Quando você me pergunta o que ocorrerá depois do impeachment, essa será uma das batalhas", disse Temer, acrescentando que vai encaminhá-la ao Congresso assim que as negociações preliminares estiverem concluídas "para asfaltar o terreno".

E afirmou :"Não sou candidato, eu quero ter liberdade para tomar todas as medidas necessárias para botar o país nos trilhos", disse. "E uma coisa é tomar uma atitude governativa com vistas às eleições, outra coisa é tomar uma atividade governativa sem preocupação eleitoral." Por um lado se apoia em um discurso populista, como se estivesse preocupado com o país e não com as eleições, mas por outro também é um aceno aos empresários de que não pretende conter esforços nos cortes antipopulares. Com isso também acena ao PSDB que ficou furioso quando Rodrigo Maia do DEM declarou que se Temer fosse candidato o DEM e o "centrão" o apoiariam.

Por fim, sobre as privatizações, o presidente interino disse que "no dia 25 vamos anunciar as empresas que serão desestatizadas", data provável do início do julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff.




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