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NO RODA VIVA | Temer diz que prisão de Lula "pode criar instabilidade"

Recentemente Temer esteve em entrevista ao Roda Viva. Entre outros temas como a PEC 241, a Reforma do Ensino Médio e as mobilizações no pais, comentou sobre a Lava-Jato.

terça-feira 15 de novembro de 2016 | Edição do dia

Sobre a Lava-Jato e a ofensiva contra Lula, Temer afirmou que “o que espero, e acho que seria útil ao país, é que, se houver acusações contra o ex-presidente Lula, que elas sejam processadas com naturalidade. Aí você me pergunta: ’se Lula for preso causa problema para o país?’ Acho que causa. Haverá movimentos sociais. E toda vez que você tem um movimento de contestação a uma decisão do Judiciário, pode criar uma instabilidade.

Em meio à efervescência política que vive o país, tal declaração, considerando o que representa o judiciário enquanto agente do golpe institucional, demostra o medo que Temer tem de que a Lava-Jato atinja seu governo ilegítimo e impopular, bem como uma possível cassação da chapa Dilma-Temer via TSE.

Temer considerou que ninguém deveria ser “morto politicamente” só por ser investigado. Fazendo coro aos demais jornalistas da burguesia, Temer falou que temos que deixar a Lava-Jato continuar agindo, e em uma forma de se esquivar quando perguntado sobre seus últimos envolvimentos nas delações, mesmo que atinja apoiadores.

Apesar da burguesia ainda usar Temer para aplicar seus ataques, ela ainda teme que Lava-Jato desgaste seu governo e a crise política, a ponto da retirada de Temer e de um maior ascenso das lutas. Ao mesmo tempo, uma eventual prisão de Lula pode causar uma instabilidade para a burguesia na medida em que a figura que melhor representa a conciliação de classes estará preso, dificultando qualquer contenção do movimento de massas contra os ataques.

Como já denunciamos outras vezes no Esquerda Diário, a Lava-Jato não tem como objetivo o combate à corrupção de fato. Ela vem servindo fundamentalmente para os interesses de aplicar com mais força os ajustes contra os trabalhadores, substituir um grupo de corruptos por outros, avançar na privatização de estatais e venda da Petrobrás.




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