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o propõe mensalidades em universidades | Temer corta verbas de pesquisa e educação enquanto propõe mensalidades em universidades

quinta-feira 10 de agosto de 2017 | Edição do dia

Os cortes orçamentários perpetrados pelo Governo Temer em áreas como a ciência, tecnologia e humanidades estão sendo refletidos de maneira muito pesada na Educação. Os cortes realizados este ano somam cerca de R$ 4,3 bilhões, que representam quase 50% da verba total de financiamento para a produção de conhecimento nesses dois anos. Esta perda significa cerca de R$ 12 milhões por dia, R$ 500 mil por hora ou mais de R$ 8 mil por minuto, segundo Carlos Frederico Leão Rocha, professor do Instituto de Economia da UFRJ e vice-presidente da Associação dos Docente da UFRJ (Adufrj-SSind).

Ligado a isso, temos uma campanha impulsionada pelo Movimento Brasil Livre – MBL, que foi um dos principais setores favoráveis ao Impeachment de Dilma Rousseff, e que coloca que os investimentos para a educação pública deveriam ser completamente cortados, uma vez que os alunos teriam plenas condições para custear os estudos no ensino superior, já que são todos oriundos de famílias ricas.

Esse discurso é feito no centro do furação que é o debate sobre a UERJ, universidade pública do Rio de Janeiro, que não paga seus funcionários a cerca de 6 meses e retardou o retorno as aulas esse ano devido a falta de pagamento dos professores e funcionários da universidade, além das bolsas de pesquisa, que sofrem de constantes atrasos no pagamento e passaram por cortes este ano.

O pagamento de mensalidades no Ensino Superior apenas iria contribuir para aqueles que querem lucrar cada vez mais com a educação e que sentiram o gosto do lucro com o PROUNI, principal campanha de inclusão no Ensino Superior organizada pelo Governo do PT e que garantiu milhões em isenção aos donos das principais universidades privadas brasileiras.

Pesquisa realizada pela Conhecimento Sem Cortes, que é uma campanha de mobilização social aberta e supra partidária promovida por professores universitários, cientistas, estudantes, pesquisadores e técnicos em oposição à redução dos investimentos federais nas áreas de ciência, tecnologia e humanidades e ao sucateamento das universidades públicas e dos institutos de pesquisa no Brasil, levantou dados que refutam essa visão sobre o ensino superior. Segundo a campanha, o custo mensal médio por aluno nas universidades brasileiras está na casa, no mínimo, a depender do curso, dos R$2.000,00 por aluno, valor 2,5 vezes maior que o salário mínimo e que representa cerca de 55% do salário mínimo defendido pelo Dieese, que engloba despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, porém considerando que o Estado vá suprir os gastos com educação básica e superior.

Se a família tivesse que ser integralmente responsável pelo valor do curso de ensino superior, o salário mínimo, em um cálculo simples, passaria para cerca de R$6.000,00, o que é bem distante da realidade brasileira, em que a média da renda bruta familiar é de até 3 salários mínimo, cerca de R$2.800,00.

Não é coincidência que essa campanha pelo pagamento de mensalidade nas universidades públicas surja quando as duas universidades mais racista do Brasil, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Campinas (UNICAMP) adotaram o sistema de cotas raciais para os próximos processos seletivos. Esta campanha é um ataque direto a estas conquistas, que escancaram ainda mais o racismo e o elitismo estruturantes em nossa sociedade.

Devemos ser frontalmente contra a cobrança de mensalidades no ensino público, que deve ser gratuito e de qualidade, além de serrem tratados como prioridades nos gastos públicos, junto com saúde, mobilidade urbana e moradia. Que sejam taxadas as fortunas dos capitalistas e que os corrutos tenham seus bens confiscados e esse dinheiro reinvestido na sociedade como bens públicos. Nossa vidas e a Educação valem mais do que os lucros deles.




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