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PANDEMIA | Taxa de ocupação de leitos de UTI na rede SUS chega a 92% no Rio de Janeiro

O número de internações de pacientes com a Covid-19 vem aumentando nos hospitais da rede SUS, que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais localizados na cidade. 

segunda-feira 23 de novembro de 2020 | Edição do dia

Na capital do Rio de Janeiro, o índice de ocupação dos leitos de UTI exclusivos para pacientes com o novo coronavírus chegou 92% na rede SUS, no domingo (22), mesmo índice de maio, período considerado como o mais crítico. Já que de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a maior taxa de ocupação de leitos de UTI, até o momento, ocorreu em 4 de maio, com 98% de ocupação. Porém, agora há unidades temporárias de saúde fechadas. 

Em entrevista para o site G1, o pesquisador de saúde pública da Fiocruz Marcelo Gomes, ressalta que a principal diferença entre o atual momento e a situação da cidade em maio, no início da pandemia da Covid-19: "Nós temos um cenário bastante diferente de maio. Lá, nós tivemos um percentual de leitos exclusivos para Covid bem maior. Hoje, não. O nosso tempo de reação fica mais curto. É uma situação mais preocupante na questão da oferta de atendimento", analisa o pesquisador. 

O número de internações de pacientes com a Covid-19 vem aumentando nos hospitais da rede SUS, que inclui leitos de unidades municipais, estaduais e federais localizados na cidade. 

Nessa semana diversas entidades e analistas da área da saúde indicaram como o novo coronavírus voltou a se propagar intensamente na maioria dos estados brasileiros, aumentando a média nacional de casos e número diário de contaminados. Diversos analistas e pesquisadores da área da saúde afirmam que o problema é que no Brasil não houve um real controle da pandemia, gerando quase que uma sobreposição entre as ondas de contágio. O problema da subnotificação está dentro deste problema, como relatamos aqui.

Este dado confirma o que muitos profissionais da saúde têm apontado sobre como esse aumento de casos e nova onda de contágio da covid-19 é causado e está totalmente relacionados com os problemas da subnotificação, da falta de testagem em massa na população, da reabertura de comércio, escolas e demais instituições sem planos seguros e eficazes. 

No último domingo (22), as unidades da rede municipal do Rio tinham 533 pacientes internados, sendo 263 em UTI. A rede SUS na capital tinha 1.044 pessoas internadas em leitos especializados, sendo 499 em UTI.

No mesmo dia 3 de junho, a rede SUS contava com 667 pessoas com Covid internadas em UTI. O número representava 87% do total disponível. Na último domingo, apesar de o número de internações em UTI estar mais baixo, com 499 pacientes, a taxa de ocupação foi maior, com 92%.

Um dos fatores que explicam essa relação entre leitos disponíveis e número de pacientes é o fechamento de hospitais de campanha, além do recente fechamento dos leitos federais do Hospital Federal de Bonsucesso, que pegou fogo no último dia 27, por descaso de Bolsonaro, que diminuiu em 11% a verba destinada à unidade durante estes dois anos de mandato. 

Outro indicador importante para analisar o atual momento da pandemia na cidade é a realização de testes para aferir a presença do vírus nas pessoas. E, assim como os outros indicadores, o número de testes da Covid-19 com resultados positivos para a doença durante o mês de novembro merece atenção.

Somente o Laboratório Richet, que atende os hospitais da Rede D’or de saúde, realizou um total de 186 mil exames desde março. E em apenas 18 dias do mês de novembro, os médicos encontraram 5.598 resultados positivos para a doença. Faltando ainda 12 dias para o final do mês, o número de pessoas com a Covid-19 no período já é bem próximo dos resultados encontrados durante todo o mês de outubro e de setembro. 

Porém, faltam testes. Em algumas unidades de saúde da rede privada já é possível constatar a falta de kits para testagem de pacientes que querem saber se já tiveram contato com o novo coronavírus. Esse é o caso da Casa de Saúde São José, hospital particular localizado no Humaitá, na Zona Sul do Rio. De acordo com pacientes, na última quinta-feira (19), a unidade não podia marcar novos testes por falta de kits. 

Todo o negacionismo do governo Bolsonaro é responsável pelo aumento no número de casos, assim como os insuficientes 600 reais do início do auxílio emergencial que já foi cortado pela metade, a falta de EPI’s e um plano de contingência que permitisse a classe trabalhadora e setores mais precarizados da população do Rio de Janeiro realizarem o isolamento social sem ter de escolher entre o risco de contaminação ou o risco da fome. 

Assim como também são responsáveis a prefeitura de Marcelo Crivella, o ex governador Witzel envolvido em escandaloso caso de desvio de recursos utilizando as OS’s, o atual mandatário do governo carioca e intímo de Bolsonaro, Cláudio Castro, além de Eduardo Paes, candidato que se coloca como alternativa à Crivella mas fez cortes milionários na saúde quando era prefeito e implementou o sistema de OS’s no Rio para favorecer os empresários da saúde.




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