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BOLSONARO MANTÉM MAIOR PARTE DAS CONTAS INTACTA | Suspensão de contas de luz por Bolsonaro afeta pequena parte da população e só dura 3 meses

Após medidas como a MP da morte, levando a milhares de demissões, suspensões de contrato e reduções de salário, Bolsonaro tenta salvar imagem com uma suspensão de parte das contas de luz por até 3 meses.

quinta-feira 9 de abril de 2020 | Edição do dia

A medida de Bolsonaro é insuficiente e demagógica. Concretamente, suspenderá a cobrança entre 1 de abril e 30 de maio dos clientes que consumam até 220 quilowatts-hora (kWh) por mês e que estejam incluídas na Tarifa Social. Isso concretamente deixará de fora da isenção parte significativa das famílias que serão drasticamente afetadas economicamente, tanto pelos efeitos da pandemia, quanto dos próprios ataques aos direitos dos trabalhadores que foram impostos por Bolsonaro para salvar os lucros dos patrões.

Para ficar claro, o limite de 220 kWh, pegando a tarifa do Rio de Janeiro (0,626 R$/kWh) significa a isenção para quem paga até R$ 137; no caso da tarifa de São Paulo, por exemplo (0,516 R$/kWh) ficariam isentos apenas aqueles que tenham uma conta de até R$ 113. Em um momento de pandemia, em que as pessoas passam mais tempo em casa e consomem mais energia, sabemos que grande parte das famílias trabalhadoras, as mesmas que estão sofrendo os efeitos das demissões e suspensões, tem contas superiores a esse valor. Pelos critérios de Bolsonaro, elas seguirão pagando normalmente.

Além disso, todos sabemos que em três meses a situação não irá se “normalizar”, pelo contrário, a crise econômica se agravará e perdurará durante e após a pandemia. O governo de Bolsonaro demorou mais de uma semana para liberar o ridículo auxílio de R$ 600 aprovado pelo Congresso, que sabemos que é totalmente insuficiente para cobrir as despesas. Ainda diz que demorará até 50 dias para pagar. Agora, frente a pressão da população que está começando a sentir duramente os efeitos da crise, faz essa suspensão pífia.

Para começar, seria necessário garantir um salário-quarentena para os que necessitem que seja equivalente à média salarial brasileira, de R$ 2.000. Depois, a suspensão das contas deveria se aplicar a toda a extensão dos trabalhadores atingidos, abrangendo luz, água, gás e aluguel. E enquanto Bolsonaro faz a MP da morte para preservar os lucros, defendemos o oposto: uma lei que proíba demissões, suspensões de contrato e reduções de salário de qualquer tipo. Sem falar em medidas emergenciais para combater o vírus, como a produção de testes massivos, o confisco de hotéis para centros de tratamento, a reconversão da indústria para a produção de respiradores, o investimento massivo em pesquisa de tratamentos etc. Isso sim pode garantir a vida dos trabalhadores. O dinheiro para isso pode vir diretamente do lucro dos capitalistas, taxando as grandes forturnas e acabando com o pagamento da dívida pública fraudulenta que consome o orçamento do país.




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