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Subprocurador reclama de salário de R$ 42 mil: "estou baixando meu padrão de vida bruscamente”

Em setembro de 2019, o subprocurador já havia dito: “Como é que o cara vai viver com R$ 24 mil? O que é que de fato vamos fazer para melhorar a nossa remuneração? Ou nós vamos ficar quietos? Eu não sei se vou receber a mais, se vai ter algum recálculo dos atrasados que possa me salvar, salvar a minha pele. Eu, de qualquer forma, já estou baixando meu padrão de vida bruscamente”. Disse, do seu mundo da lua de privilégios.

sexta-feira 21 de fevereiro de 2020 | Edição do dia

Parece piada, mas Nívio de Freitas Silva Filho (subprocurador) resolveu se queixar na PGR de seu “baixo salário” e se diz “muito preocupado” em ter condições para seguir no cargo… Em janeiro, com a gratificação de natal, o valor recebido pelo reclamão chegou a R$ 74,9 mil reais e atualmente ganha 42 mil.

As queixas foram feitas em 29 de novembro, numa reunião do Conselho Superior do Ministério Público Federal.

"Está nos afligindo, está muito difícil, os vencimentos já não chegam ao final do mês. É uma situação aflitiva. Há uma quebra de paridade. Confesso que estou ficando muito preocupado se tenho condições de me manter no exercício da minha função” disse o Subprocurador-geral da república.

"A questão da paridade é uma questão que realmente está nos afligindo pessoalmente muito intensamente. É a questão da regulamentação do auxílio-moradia para nós, subprocuradores-gerais da República. A questão realmente não é de acréscimo, é de recomposição, de auxiliar nos custos, porque é excessivamente oneroso o exercício da função", continuou.

Nívio de Freitas, com suas lamúrias, parece saído de outro mundo. Ignora que a situação do judiciário não é outra que não seja de privilégio, e pior, ignora que estamos em um momento muito delicado para o grosso da classe trabalhadora, onde ter um subemprego precarizado é o horizonte de muitos, com o desemprego atingindo 12,8 milhões de trabalhadores, e mais 4,9 milhões de desalentados.

Esse tipo de fala é absurda, principalmente porque vivemos tempos em que jovens escolarizados mal conseguem um salário mínimo e se submetem a plataformas como o UBER, Rappi,Ifood, Cabify, 99pop, UBER eats, onde nem sequer existe um contrato de trabalho, e onde nenhum direito é garantido. E mesmo os trabalhadores com carteira assinada tem muitas dificuldades de fechar as contas do mês.

Enquanto isso, o Poder Judiciário continua tendo seus altos escalões presenetados por privilégios que beiram o surrealismo diante da situação da população que em média vive com um pouco mais de R$ 2 mil reais. Tão surreal que produz este "lamento" de um subprocurador que recebe 20 vezes a mais do que a imensa maioria da popuação.

Não dá pra esquecer de da fala de Leonardo Azeredo,procurador, que em setembro de 2019 viralizou nas redes sociais quando chamou seu salário de R$ 24 mil de ‘miserê’. E também disse:

“Como é que o cara vai viver com R$ 24 mil? O que é que de fato vamos fazer para melhorar a nossa remuneração? Ou nós vamos ficar quietos? Eu não sei se vou receber a mais, se vai ter algum recálculo dos atrasados que possa me salvar, salvar a minha pele. Eu, de qualquer forma, já estou baixando meu padrão de vida bruscamente”.

Diante desse quadro, só podemos concluir que é necessário combater os privilégios do judiciário, para isso propomos que o povo trabalhador possa eleger e revogar todos procuradores, promotores, juízes e defensores públicos do Estado, que recebam um salário igual o de uma professora, para que entendam que 42 mil não é uma “situação aflitiva” e que 24 mil não é “miserê”, e que pensar essas coisas só pode ser coisa de outro mundo… o mundo dos privilégios da elite brasileira.




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