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Síria: Ataque químico mata ao menos 60 pessoas em cidade ocupada por opositores

terça-feira 4 de abril de 2017 | Edição do dia

Um ataque químico em Khan Sheikun, cidade controlada por rebeldes na província de Idilib, norte da Síria, deixou em torno de 60 mortos e centenas de feridos. A suspeita da utilização de agentes tóxicos se relaciona as primeiras informações dadas por testemunhas que afirmaram que acordaram com sons de bombardeio e, ao saírem às ruas, encontrarem pessoas convulsionando, com espuma saindo pela boca e pelo nariz. A ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) responsabilizou as forças de Bashar al-Assad pelo ataque. A Coalizão Nacional, uma frente de oposição síria, também culpou al-Assad pelo crime e exige uma reunião urgente e investigação sobre o atentado.

Um conselheiro local, opositor ao regime sírio, de Khan Sheikun em um comunicado oficial afirmou o registro de quatro bombas com gás Sarin, uma arma química desenvolvida na Segunda Guerra Mundial que produz efeitos asfixiantes. Vômitos e desmaios também foram registrados. Dezenas de vídeos estão sendo divulgados na internet mostrando pessoas convulsionando e tentando ser reanimadas por médicos e socorristas. Ao menos 100 vítimas estão sendo tratadas nos Hospitais da província de Idlib. Algumas dezenas foram transferidas para Turquia em condições gravíssimas.

O atentado coloca um profundo questionamento ao processo de paz para o pais mediado pela ONU. O ataque ocorreu no dia em que se iniciaria uma conferência entre a União Europeia e ONU para debater a situação síria. O governo de Bashar al-Assad, o seu exército, assim como, as forças armadas russas negaram qualquer participação no atentado. Com a clássica frieza de um governo criminoso um funcionário de al-Assad insinuou que os rebeldes estariam buscando uma “vitória midiática” ao propagarem o atentado e o sofrimento das vitimas.

Esta não é a primeira denuncia de utilização de armas químicas pelo governo Sírio nestes 6 anos de guerra civil que já contabilizou mais de 320 mil mortos, forçou o deslocamento de 11 milhões de pessoas, das quais 5 milhões são refugiadas. Ao menos 4 denuncias foram realizadas durante os anos de 2014 e 2015. Todas elas negadas pelo governo Sírio, que em 2013 assinou a Convenção sobre a Proibição de Armas Químicas.




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