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RIO DE JANEIRO | Servidores estaduais do Rio estão começando a perder a paciência com Pezão e ajustes

quinta-feira 4 de fevereiro de 2016 | 00:00

Reunidos no maior ato do funcionalismo estadual por fora de greves de suas respectivas categorias em muitos anos, mais de 4 mil funcionários públicos do Estado do Rio se reuniram na frente da Assembleia Legislativa (ALERJ). Estes milhares de servidores estaduais protestavam contra os atrasos de pagamentos e diversas medidas de ajuste que o governador Pezão está implementando.

Com grande presença de professores, servidores do judiciário trabalhadores da saúde, bombeiros, professores e trabalhadores da UERJ e outros funcionários estaduais o ato travou o trânsito do centro do Rio e expressava em faixas, cantos e conversas que o funcionalismo está começando a perder a paciência com o governo do estado.

Pezão está impondo a toda a população uma tremenda crise social, garantindo religiosamente os investimentos das Olimpíadas os pagamentos da dívida com a União e organismos internacionais como o Banco Mundial e criando o caos na saúde e agora ameaçando novo aumento no Bilhete Único ao propor o fim dos subsídios estatais. Com o fim dos subsídios não propõe que as empresas cortem de seus lucros, mas que os trabalhadores cortem de seus salários para se locomover.

O funcionalismo também sofre a conta desta crise, com atrasos de salário, alterações nas contribuições de aposentadoria, e demissão em massa de terceirizados, que aumentam ainda mais o drama da situação como se vê nos hospitais sem limpeza e sem materiais para atendimento básico à população.
Após anos de propaganda de um Rio Maravilha, agora com a crise de arrecadação do estado oriunda da recessão de todo o país e queda na arrecadação com os royalties, um Rio extremamente precário e que a classe trabalhadora sofre é o Rio que Pezão está construindo. Enquanto os privilégios dos políticos, dos juízes, do MP e outros cargos políticos seguem intocados, gerando gastos de centenas de milhões de reais com bolsas paletó, auxílio moradia, educação a quem já ganho mais de dez vezes o salário de uma profesora. O cumulo do descaso com a população está nos cortes na saúde enquanto Pezão licitou por mais de dois milhões de reais a reforma da piscina do palácio de governo!

Vimos em todo ano passado o drama da UERJ que sofre um profundo corte de verbas que tem significado atraso do pagamento de bolsas dos estudantes e não pagamento dos salários de terceirizados.

O caos na saúde toma cada hospital, cada UPA do Estado e as propostas do governo passam por precariza-las ainda mais, fazendo cada uma ter uma especialidade como atendimento infantil e outras para adultos e algumas poucas mistas, exigindo maior deslocamento para ter atendimento. Estas medidas significarão mais vidas perdidas enquanto se prepara um espetáculo olímpico.
Estão em discussão na ALERJ medidas que afetarão ainda mais o funcionalismo do estado, entre elas o aumento da contribuição dos trabalhadores para a previdência de 11% para 14%.

Com este primeiro ato com uma maior expressividade muitos trabalhadores ali presentes comentavam como se sentiam mais animados para deflagar uma greve brevemente, sentiam que sua mobilização contra os ajustes não seria somente de sua categoria, empurrando todos adiante.

Para que esta luta seja vitoriosa será necessário uma grande batalha de todo funcionalismo carioca, o apoio dos estudantes e da juventude e uma política para que a população veja que a vitória do funcionalismo seria também uma vitória contra a precarização da saúde, educação e outros serviços públicos. Isto passa também por tirar lições das lutas do funcionalismo paranaense e gaúcho contra os ajustes, superando os atos rotineiros propostos por sindicatos burocráticos ligados ao governismo, ou mesmo aqueles dirigidos pela esquerda antigovernista, como correntes do PSOL e PSTU, que apesar dos discursos não oferecem uma alternativa completamente distinta na luta de classes.

Nesta luta opinamos que é necessário levantar uma perspectiva clara, colocando a necessidade do não pagamento de todas dívidas do estado, fim dos subsídios às grandes empresas e multinacionais. Fim de todos privilégios e super-salários a todos cargos políticos de deputados a juízes, secretários, governador e indicados políticos. Que todos ganhem o salário de uma professora! De todos estes recursos gastos absurdamente é possível garantir os salários e direitos do funcionalismo bem como o fim do caos na saúde e educação de todo o estado. Se há recursos para as Olímpiadas, para privilégios, para banqueiros, e para empresários "amigos" também tem que ter para saúde, educação e para os funcionários públicos!




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