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CRISE NAS UNIVERSIDADES | Servidores da UFRGS aprovam indicativo de greve para 20 de Agosto

Em assembleia cheia nesta terça-feira (2), com cerca de 400 funcionários, os técnico-administrativos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul decidiram hoje pelo indicativo de greve a ser referendado, ou não, em assembleia no dia 18/08. Outras deliberações foram aprovadas, como manter a categoria mobilizada, o fim do assédio moral, contra o ponto eletrônico, em defesa das 30 horas, bem como a exigência do pagamento do salário cortado de um dos coordenadores geral da ASSUFRGS.

terça-feira 2 de agosto de 2016 | Edição do dia

A grande quantidade de funcionários presentes na assembleia mostrou que há disposição de luta na categoria. Os motivos são inúmeros, desde o ano passado a reitoria vem se negando a avançar na pauta de flexibilização da jornada de trabalho, de 30 horas, fazendo com que as 40 horas semanais configurem uma diminuição salarial na prática. A medida do ponto eletrônico vem na esteira dos assédios cometidos pelas chefias e pela pró-reitoria de gestão de pessoas, ampliando o controle de frequência de acordo com seus interesses. A última eleição para reitor então nem se fale, onde uma minoria de professores decidiu a chapa que vai gerir a universidade à revelia da maioria.

Junto a esses problemas específicos da UFRGS se soma o pacote de ataques cometidos pelo atual governo ilegítimo de Michel Temer que nacionalmente vem numa escalada de retirada de direitos dos trabalhadores, tanto do funcionalismo público quanto do conjunto da população.

Todas essas questões foram amplamente debatidas na assembleia. Sobre a conjuntura na universidade, Daniel Moraes, assistente administrativo do Instituto de Geociências, afirma: “a gente também tá sofrendo retrocessos fortes aqui na UFRGS, uma das mais conservadoras do país, que integra o seleto grupo de 30% que não tem uma consulta, uma eleição para reitor democrática, paritária”. Após denunciar a maneira como foi feita a votação para o atual reitor, que funciona de acordo com a proporção de 70, 15, 15 para professores, funcionários e estudantes, respectivamente, Daniel afirma que vão ter que entrar em greve.

Ao término da assembleia, os funcionários foram até a reitoria para entregar suas pautas de reivindicações e foram recebidos com viatura e seguranças da guarda, impedindo-os de sequer entrar com uma comissão para dialogar com o reitor. Após pressão dos funcionários, a reitoria foi obrigada a receber os funcionários que têm o direito de não só entrar e sair livremente dos prédios nos quais trabalham, mas o direito de apresentar suas reivindicações e pautas. Sobre a ausência de diálogo da reitoria e a recepção com os seguranças, Daniel arremata: “é assim que tá a relação, insustentável e vai ser assim por mais quatro anos”.

A assembleia dos funcionários do dia 18/08 vai decidir os rumos da mobilização. A depender do desenvolvimento dessa luta, a categoria dos técnico-administrativos pode conformar um importante polo de resistência na UFRGS aos ataques que estão sendo feitos ao conjunto dos serviços públicos. Ataques como esses deterioram as condições de trabalho e a qualidade dos serviços e do ensino na universidade. Cabe aos estudantes a compreensão de que as pautas estudantis não estão descoladas das dos funcionários, de que juntos a luta se fortalece e o medo que pode causar à reitoria essa unidade pode intensificar ainda mais a resistência ao conjunto de ataques sendo desferidos pelos governos Brasil afora.




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