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ABORTO NA ARGENTINA: DEBATE NO SENADO | Senadores: os anti-direitos em uma cruzada sem limites contra o aborto

Em uma nova jornada, os anti-direitos cuspiram argumentos violentos e mentirosos a respeito do projeto de interrupção voluntária da gravidez.

quinta-feira 19 de julho de 2018 | Edição do dia

Ontem aconteceu uma nova jornada de debate no Senado. E como ocorreu nas sessões de Deputados, se escutaram vozes a favor e contra a legalização do aborto.

Porém a diferença entre aquele debate e o atual é o notável incremento, por parte dos oradores que falam contra terminar com a clandestinidade do aborto, de argumentos mentirosos e falsos de todo o tipo.

Assim por exemplo, se pode escutar a Verónica Vergara de la Fuente, da escola de medicina de La Rioja, afirmar que: "As mulheres que abortam tem que reificar o embrião, tratarlo como um aglomerado de células, para mitigar a culpa, o dano psíquico que lhes ficará durante toda a vida".

Mas essa médica de La Rioja não deixa sua postura anti-direitos em meras opiniões. No ano de 2017 atendeu no hospital Vera Barros, do qual ela é assessora, Giselle Brizuela, cujo feto apresentava uma má formação incompatível com a vida extra-uterina. Giselle foi ao centro de saúde solicitando um aborto terapeutico, já que continuar com a gravidez, além de afetá-la em seu psicológio, poderia comprometer sua saude física.

Verónica Vergara de la Fuente aconselhou ao hospital não proceder essa prática médica e disse a Giselle que ela teria que ter uma autorização judicial. Ou seja, não permitiu que essa mulher pudesse exercer seu direito e proceder com um aborto legal, o que se enquadra como tortura para os tratados internacionais de Direitos Humanos.

Um dado para se ter em conta é que no mesmo hospital trabalha o anestesista Facundo Segovia Barcena, que defendeu que não aplicaria anestesia no caso de realizar algum aborto. E no momento, a instituição havia emitido um comunicado informando a desvinculação do anestesista. Porém Vergara de la Fuente admitiu que ele segue trabalhando e argumentou que sua publicação nas redes sociais foi "um pouco desproporcional, nada mais".

Mas ao que parece os argumentos dos anti-direitos já não tem limites. Outro lamentável exemplo foi a intervenção do médico tucomano Roque Carreto Valenzuela: "o aborto legal é o maior genocídio da história, pelas cifras e por que transforma a mãe em cúmplice. Subversiva e anti-argentina. Não se enganem pensando que o aborto legal não é genocídio por que é a mãe quem o comete, e é uma traição à pátria".

A violência nos argumentos daqueles que se auto-proclamam defensores "das duas vidas" é notória. Seguramente o consenso majoritário que gera a aprovação da legalização do aborto nos leva a discursos impotentes.

Mas também não podemos ser ingênuos e pensar que eles são jogadores solitários. Eles pertencem ao quadro que, junto com a Igreja Católica, a Igreja Evangélica, pressionam com seu poder econômico e político não só os legisladores mas também os governadores para evitar que esse projeto obtenha a meia sansão que o falta para se transformar em lei.

O próximo 8 de agosto será a votação e lá estará o movimento de mulheres, lutando nas ruas como até agora para que #SEJALEI




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