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UNIVERSIDADE | Sem reitor e sem salários, assim caminha a FSA

A Fundação Santo André (FSA) passa por uma importante e profunda crise financeira e política, há mais de quatro meses os professores e funcionários não tem recebido seus salários regularmente fruto da dívida adquirida pelas reitorias e administrações da universidade que hoje chega a mais de 17 milhões. O antigo reitor Profº José Amilton renunciou ao cargo e ao abrir o processo eleitoral apenas um candidato se apresentou, pois, ninguém quer arcar com os problemas já latentes do campus.

Jenifer TristanEstudante da UFABC

sábado 19 de setembro de 2015 | 01:21

A FSA vem arrastando há anos um problema financeiro fruto de um roubo causado pelo antigo reitor Odair Bermelho, que saiu da universidade com milhões de reais e foi anistiado pela justiça enquanto os estudantes todos os anos tem que arcar com essas dividas com as altas mensalidades. O último reitor, Profº José Amilton, ao tentar amortizar o problema financeiro da universidade, tomou medidas contrárias a comunidade universitária, como a demissão de professores e funcionários com mais de 70 anos, a implementação de catracas, câmeras e a retirada do bacharelado dos cursos de licenciatura.

Fruto de tais medidas, toda a comunidade acadêmica e o próprio conselho universitário foram contrários as medidas de Amilton, levando o mesmo a renunciar o cargo, escancarando os interesses e frações dentro da FSA. Ao reabrir o processo eleitoral apenas um candidato, ainda não anunciado, se inscreveu, tendo assim que adiar o período de inscrições. Mesmo com isso, ninguém mais se apresentou, levando a suspensão do processo eleitoral temporariamente.

Estrutura de poder e democracia, o que os estudantes têm a ver com isso?

O reitor é escolhido através de uma lista tríplice, na qual os 3 melhores votados, passam pela escolha do prefeito. Com isso podemos concluir que os votos dos estudantes e de toda comunidade universitária são meramente consultivos, mesmo que os estudantes sejam a maioria no campus.

Existe uma crise aberta, porém nada disso é discutido ou mesmo dialogado abertamente com o centro universitário. O aluno Kauê do curso Psicologia, que compõe a Faísca Revolucionária, declarou que: “Nunca somos consultados das decisões e não sabemos para onde vai o dinheiro das nossas mensalidades e a estrutura do prédio nunca é melhorada, hoje mesmo não tivemos aula porque o teto pegou fogo. Quando chove cai, água em nossas salas. Nós somos maioria precisamos ser consultados e decidir para onde vão as nossas mensalidades” e completa: “ Os estudantes precisam se organizar junto aos professores e funcionários, que inclusive estão sem receber seus salários direito. Não podemos deixar que a FSA afunde. Queremos salvar nossa universidade e nossos cursos, mas no final o problema da crise é mesmo a Reitoria que, de maneira autoritária e antidemocrática junto à prefeitura, mandam e desmandam na FSA enquanto nós não podemos colocar nossas reais necessidades em pauta já que sofremos e nos beneficiamos com tudo que é fornecido pela universidade. Não precisamos de REI-tor! Precisamos nos organizar e controlar a universidade sem intermédios para atender a comunidade, coloca-la a serviço dos trabalhadores e dos setores oprimidos.”




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