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GUERRA NO CÁUCASO | Seguem os bombardeios em Nargono Karabaj apesar do cessar fogo

Apesar das tentativas da Rússia de mediar o conflito de Nargono Karabaj, o cessar fogo humanitário, acordado entre as forças armênias e o exército azerbaijano não foi respeitado e continuam as hostilidades.

quarta-feira 14 de outubro de 2020 | Edição do dia

"As forças armadas armênias não respeitam a trégua humanitária e continuam disparando foguetes e artilharia sobre as cidades e povos do Azerbaijão", afirma Vaguif Dyargahly, porta voz do Ministério da Defesa do Azerbaijão, enquanto que seu homólogo armênio afirma que "tanto ontem como hoje, o Azerbaijão segue atacando a capital separatista Stepanakert e outras cidades, apontando a população civil e as posições militares armênias". Como desde o início do conflito em 27 de setembro, os beligerantes se acusam mutuamente pela responsabilidade das hostilidades e não querem ceder em nada. A continuidade dos ataques se dá no marco de um cessar fogo e uma trégua humanitária entre forças armênias e o exército azerbaijano firmados no sábado passado sob a égide de Moscou.

De ambos os lados, as acusações de incumprimento do cessar fogo seguem aumentando desde o domingo 11 de outubro. Menos de 24 horas depois do cessar fogo humanitário anunciado no sábado ao meio dia, a cidade de Gandja, a segunda maior cidade do Azerbaijão, foi alvo de disparos noturnos que mataram a vários civis em meio a noite. A capital de Nargono karabaj, Stepanakert, também foi alvo de três ondas de bombardeios em meio a noite. O fogo de artilharia da linha de frente soou no domingo. O líder armênio de Nargono Karabaj, Araïk Haroutiounian, afirmou à imprensa que "há conflitos na fronteira" entre as forças presentes e que na realidade "não houve cessar" do fogo, enquanto que o presidente do Azerbaijão afirmou n Twitter que os atentados constituem um "flagrante violação de cessar fogo" e um "crime de guerra".

Então o acordo de cessar fogo alcançado em Moscou entre os ministros de Relações Exteriores da Armênia e Azerbaijão não deu frutos, na presença de Sergey Lavrov, seu homólogo russo, "com fins humanitários para o intercâmbio de prisioneiros de guerra e detidos, assim como os corpos dos mortos". Como resultado, as "negociações substantivas com vistas a chegar a uma solução pacífica o mais rápido possível" que pediu o Ministro de Relações Exteriores da Rússia, como representante do grupo de Minsk da OSCE, um grupo que agrupa a Rússia, França e Estados Unidos, ficaram pelo caminho por hora. Isso coloca um grave perigo para a hegemonia Russa no Cáucaso. De fato, se a Rússia não é capaz de demonstrar que pode restaurar a paz entre Armênia e Azerbaijão, sua credibilidade se verá afetada m toda essa região que é fundamental para sua defesa e sua influência entre os Estados da Ex-União Soviética.

Por sua vez, Turquia parece continuar sua linha ofensiva no conflito. De fato, o Ministério da Defesa da Turquia pediu em um tuite à comunidade internacional que se oponha à Armênia, acusando-a de receber mal o cessar fogo: "Armênia que comete um crime de guerra e lesa humanidade, agora viola o cesssar fogo. rmênia segue atacando zonas residenciais civis inclusive durante o cessar fogo". Ao mesmo tempo, os informes sobre o envio de mercenários sírios de Ankara a Nargono Karabaj refletem concretamente as intenções da Turquia, que disse que estava disposta a fazer "o que seja necessário" para ajudar seu aliado azerbaijano.

A situação em Nargono Karabaj não parece encontrar uma solução pelo momento na mediação no grupo de Minsk, em particular da rússia. As diferenças entre o enfoque russo, moderado e conciliador, e da Turquia, abertamente a favor de seu aliado azerí, devem ser seguidos de perto nessa zona localizada nas fronteiras das duas potências e que constitui um interesse estratégico essencial na região.

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