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INTERNACIONAL | Se prepara uma greve nas Universidades de Berlim

No próximo 16 de Janeiro haverá uma jornada de greves nas principais universidades da capital alemã. Os estudantes que trabalham para a universidade levaram meses se organizando e se mobilizam para lutar por seus direitos trabalhistas.

sexta-feira 12 de janeiro de 2018 | Edição do dia

Em 16 de Janeiro acontecerá uma jornada de greve nas universidades de Berlim. Os estudantes contratados pela universidade como auxiliares farão greve para exigir um aumento salarial – que está congelado há 17 anos – para 14€ a hora e o ajuste de seus salários aos de um serviço público.

Depois de meses de duras negociações com até cinco encontros sem nenhum tipo de concessão por parte das universidades, os estudantes contratados, que já se haviam manifestado nos mês de dezembro passado, se preparam para exercer uma primeira medida de pressão trabalhista, a greve.

Na Freie Universität (FU), uma das universidades mais importantes da capital alemã, a jornada de greve coincide com as eleições para representantes ao “Parlamento estudantil” e uma das chapas, a chamada “lista 26” que é “contra o avanço da direita e a precarização” (Offene Liste gegen Rechtsruck und Prekarisierung), que tem organizado atos de solidariedade aos protestos da Catalunha, Irã e Turquia, luta contra o racismo e o sexismo, participa das mobilizações contra o partido de extrema direita “Alternativa para Alemanha” (AfD), se tem voltado aos conflitos dos estudantes contratados, que está há meses se organizando para defender seus direitos trabalhistas frente à uma universidade tradicionalmente inimiga das greves.

Pouco depois de ter tornado pública a convocação da greve, a Freie Universität mandou uma nota interna a todas as sessões da universidade, em que define a próxima greve como ilegal e ameaça tomar medidas jurídicas trabalhistas contra todos aqueles estudantes auxiliares ou empregados que não assumirem os trabalhos correspondentes por participar da greve sob qualquer forma.

Mas os estudantes auxiliares não se deixaram amedrontar e contestaram publicamente através de sua conta no Facebook: “A FU tem medo! Em um aviso interno ameaça os grevistas com consequências jurídicas trabalhistas. Boa tentativa... Não nos deixaremos intimidar. Porque os trabalhadores não tem nada a temer”.

lém disso, em sua página online, os estudantes organizados explicam que a greve tem sido convocada pelos sindicatos ver.di e GEW, de modo que defender que a greve seja ilegal carece totalmente de fundamento e supõe um ataque direto ao direito de greve.

Yunus Özgür, um dos estudantes contratados que participa da preparação da greve e, além disso, se apresenta como candidato ao “parlamento estudantil” da FU pela “lista 26”, explica ao jornal alemão Klasse gegen Klasse que os grupos que preparam as greves são cada vez maiores e pede a todos os grupos políticos e militantes de esquerda que apoiem os trabalhadores em greve, uma grande oportunidade para mostrar a comunidade universitária que, unidos pela classe, os interesses dos estudantes e dos trabalhadores são os mesmos.

Tradução: Vânia Ornelas




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