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BRASIL FERVENDO | Se Temer cai, quem entra?

Nessa noite a noticia do vídeo do Dono da JBS mostrando a propina de Temer para silenciar Cunha, abala mais Brasilia que as delações da Odebrecht e abre mais crises e incertezas. Temer está por menos de um fio e sua queda parece cada vez mais real, mas o que virá depois? O primeiro na sucessão segundo a constituição é Rodrigo Maia, mas a luta dos trabalhadores coloca na ordem do dia a possibilidade de derrubar os golpistas e todas as reformas pelas próprias mãos com uma nova greve geral.

Isabel Inês São Paulo

quarta-feira 17 de maio de 2017 | Edição do dia

Até a série americana sobre crise política, House Of Cards, postou em seu Twiter oficial “difícil competir”. Realmente a cada dia a crise política se aprofunda no Brasil, a recente notícia da propina paga por Temer para calar Eduardo Cunha já se mostra muito mais vulcânica que as próprias delações da Odebrecht. Se antes Temer já se mostrava um governo débil entre a pressão da Lava Jato, as expectativa reacionárias dos empresários para que aplicasse logo os ajustes, e por outro lado enfrentando a resistência operaria organizando greves e atos, após essa delação o governo se encontra sobre uma corda bamba e prestes a uma possível queda.

A exatas uma semana para a marcha convocada em Brasilia, os tempos se aceleram para que os trabalhadores deem uma resposta a crise política derrubando Temer por suas mãos e não pelas manobras do congresso ou do judiciário. A rede Globo, nessa quarta feira, convocando seus principais analistas afirmou diversas vezes a necessidade de seguir a constituição, pelo nível de incertezas que a crise abiu nessa noite. Ainda que os próprios jornalistas globais que tanto apoiaram o governo Temer e seus ataques, são obrigados a admitir que o governo não se sustenta, como disse o próprio Merval Pereira.

Conclamar a Constituição nesse caso, longe de ser uma saída democrática como quer parecer, ela leva na prática a seguir no governo essa Câmara golpista e reacionária. Uma vez que pela constituição está previsto na linha sucessória o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que ficaria no cargo de presidente por dois meses até abrir o processo de eleições indiretas, onde o Senado e a Câmara definiriam um novo presidente.

Como segue abaixo:

CF/88:
Art. 81. Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga.

§ 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei.

§ 2º - Em qualquer dos casos, os eleitos deverão completar o período de seus antecessores.

Uma eleição indireta, com Maia a frente, poderia aumentar ainda mais a revolta da população com o Congresso, que vivendo de privilégios e imersos em roubos de dinheiro público, buscam passar ataques como a reforma trabalhista e da previdência. Jucá chegou a afirmar que mesmo frente a tamanha crise as reformas seguiriam normalmente, segundo ele em entrevista a Globo News “é prematuro qualquer comentário, a reformas serão votadas porque é uma prioridade do pais... a questão é a recuperação do Brasil. O cronograma da reforma continua”.

Contudo no próprio decorrer da noite é possível ver que a afirmação de Jucá sim foi prematura, do alto de sua vontade de atacar os direitos dos trabalhadores. Todas as bancadas se reuniram, assim como Temer chamou uma reunião de emergência.

O PT está levantando com mais forças novas eleições, que seriam inconstitucionais, contudo casariam com os interesses do PT de reeleger Lula, e num momento propício para o partido. Uma vez que Lula acabou de vir da “disputa com Moro” onde obteve uma atuação melhor que a do Juiz. Estando em primeiro nas previsões de votos, Lula e o PT buscam levar toda a insatisfação social com Temer para uma saída de manutenção desse regime podre. Mas com a diferença que Lula quer ter o “respaldo das urnas” para poder aplicar seu projeto de conciliação de classes, que tanto fez os empresários e bancos lucrarem.

Desde o dia da greve geral nesse dia 28, os trabalhadores mostram que tem força para muito mais do que apoiar o retorno de Lula ao poder para promover novamente a conciliação com oligarcas como Renan e com os empresários, está clara a disposição de luta para derrubar essas reformas e Temer. Com esse enorme escândalo que vem escancarando toda a podridão e falência do regime de 88, é urgente que os trabalhadores e a juventude tomem as ruas de todo o país, organizando comitês de base para tomar a luta em suas mãos e potencializando a luta para construir uma grande greve geral.

Uma nova Greve geral até derrubar Temer e todas as reformas e imponha um processo eleitoral para uma constituinte livre e soberana que coloque abaixo todas as reformas do governo Temer, mas também dos governo anteriores do PT e PSDB. Que tenha como tarefas medidas que se enfrentem com toda a miséria que o capitalismo nos impõe, reduzindo a jornada de trabalho para 6 horas e acabando com o desemprego, acabando com a terceirização e incorporando todos trabalhadores terceirizados. Impondo o fim do pagamento da divida pública e estatizando sob controle dos trabalhadores as empresas privatizadas pelos governos.




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