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Saúde é desmontada após a PEC 55 e Ministro de Temer põe culpa nos Médicos

Ministro de Temer quer “modernizar” o SUS com um sistema de Biometria, o mesmo deu declaração responsabilizando os médicos enquanto há um evidente desmonte da saúde pública após a aprovação da PEC 55, que congela os gastos primários do Governo Federal.

sexta-feira 14 de julho de 2017 | Edição do dia

Ministro de Temer quer “modernizar” o SUS com um sistema de Biometria, responsabilizando os médicos pelo desmonte ainda mais evidente da saúde pública após a aprovação da PEC 55, que congela os gastos primários do Governo Federal.
Ministro da saúde, Ricardo Barros diz que "o médico tem que parar de fingir que trabalha", o ministro da saúde pretende lançar, junto a Michel Temer, um programa de “informatização” do SUS, implantando um sistema de biometria em todas as unidades básicas de saúde para controlar a produtividade dos médicos, que terão metas de atendimento e acompanhamento das horas trabalhadas.

A PEC dos gastos só incluirá a saúde e a educação no teto de gastos a partir de 2018, porém já esse ano se vê os efeitos da medida, com orgãos do legislativo e do Judiciário gastam além da conta e o executivo tendo de reduzir as despesas, médicos chegam a ficar sem receber durante 4 meses no SUS.

“Isso não está ajudando a saúde do Brasil” é a avaliação do ministro sobre o mau atendimento – dos médicos – no SUS. Depois de aprovada uma PEC que congela os investimentos em saúde pública e irá desmontar o SUS, já precarizado, com sucessivos cortes, Temer e sua cúpula quer culpar e penalizar os profissionais da saúde pública pela má qualidade de atendimento, cujas causas são, principalmente, a péssima estrutura dos hospitais e unidades de atendimento, a falta de leitos e de materiais, e as condições precárias as quais os trabalhadores são submetidos, causando escassez de mão de obra qualificada no sistema público e favorecendo o privado.

Lavínio Nilton Camarim, presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), denuncia as calúnias de Barros, destacando que no interior os "profissionais têm tido a tolerância de ficar até quatro meses sem remuneração".
Munido de contradições, o ministro afirma que os médicos descumprem as normas da OMS - de que os atendimentos devem ter, no mínimo, 15 minutos - para irem embora mais cedo, e promete que essa realidade vai mudar com a implantação da biometria. No entanto, ele mesmo assume que, nas unidades já informatizadas, metade dos profissionais se demitem, deixando claro que não se preocupa com a perda de médicos do SUS para os hospitais particulares, nem com a demora de atendimento que os pacientes enfrentam, justamente, pela falta de médicos. Diz que “eles têm vários trabalhos e acabam abandonando o serviço quando há maior controle da jornada", novamente, culpando os médicos por abandonarem seus cargos precários. Quanto aos salários, Barros quer que as prefeituras “se virem” para manter os profissionais, além de terem que arcar com 50% dos gastos com contratação de empresas de informática.

É evidente que, assim como a reforma trabalhista não é uma modernização das leis trabalhistas, o programa de informatização do SUS também não se sustenta e tem o único objetivo de piorar as condições de trabalho dos médicos para “tentar salvar um governo afundado em denúncias de corrupção”, como caracteriza Federação Médica Brasileira. O Conselho Nacional de Medicina e a Associação Médica Brasileira também se opõem à medida.

Temer e a casta política só querem aprovar medidas que despeje a crise nas costas dos que precisam de educação e saúde públicas, enquanto enriquecem os empresários magnatas envolvidos em seus esquemas de corrupção e que apoiam seu pacote de maldades, que começa com o golpe, passa pela PEC 55 e a reforma trabalhista e caminha para a aprovação da reforma da previdência.




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