Depois de três edições do Sarau Anticapitalista, nos quais o MRT e artistas independentes vem reforçando a firme conexão da arte com a política, trazendo o caráter livre da arte como uma força a mais no que diz respeito ao enfrentamento contra a censura, o conservadorismo e a ideologia dominante, chegamos então à quarta edição do Sarau, com o tema: “Quem não se movimenta não sente as correntes”.
sexta-feira 16 de fevereiro de 2018 | Edição do dia
A segunda edição do Sarau, “Nossas vidas valem mais que o lucro deles” aconteceu em agosto de 2017, em um contexto no qual a burguesia fazia sua escolha em um momento de crise, fazendo cortes e congelamentos em diversos aspectos da vida, inclusive na arte, sendo desincentivada pelo governo e sendo jogada para a iniciativa privada, que em relação à tudo, mas especialmente à ela, escolhe sempre favorecer o lucro dos patrões em lugar de incentivar a produção independente e livre.
A terceira edição do sarau, que ocorreu em outubro de 2017, “É proibido proibir”, trazia o lançamento do livro Modernidade e a estética do credo vermelho sobre o conceito de arte revolucionária no Brasil (1930-1949), com a presença do autor Afonso Machado, além de ser um grito contra a censura, em um contexto no qual o MBL e outros setores da direita travavam uma forte perseguição contra aqueles que tentam se expressar livremente por meio da arte.
Agora, enfrentando um momento político conturbado, no qual Temer quer a todo custo passar a Reforma da Previdência e no qual os brasileiros veem ser retirado de si o mínimo direito de decidir em quem votar, a arte deve estar presente. Sabendo que a ela não deve ser colocada nenhuma barreira, e justamente para fazer isso valer até suas últimas consequências é que precisamos travar uma luta anticapitalista, é que sentimos a necessidade de ligar esta luta à luta por uma arte livre.
Dia 8 de março, o dia internacional da luta das mulheres, é um dia no qual deve ser lembrada e reforçada a importância das mulheres na linha de frente da luta anticapitalista, se mobilizando contra os ataques e se organizando por uma forte Greve Geral. É nesse contexto que vem, no dia 10 de março, o IV Sarau Anticapitalista: “Quem não se movimenta não sente as correntes”, e fazemos um chamado a todos os artistas e anticapitalistas que enxerguem a necessidade que ligar a luta pela liberdade da arte com a luta pela liberdade da vida a comporem esta edição.
Nossa poesia nunca se levanta.
Nossa poesia nunca se levanta se não for lado a lado.
Lado a lado com a única classe que pode construir uma sociedade sem classe.
Trabalhadorxs
LGBTS
Mulheres
Negrxs
Todos que se aliam a luta anticapitalista
É hora de perder a paciência.
O Sarau Anticapitalista, nesta edição sob o tema: "Quem não se movimenta não sente as correntes" faz o chamado!
O chamado para a luta no imaginário dxs trabalhadorxs.
No nosso imaginário!
Nas fábricas.
Nas ruas.
Em todos os pontos de trabalho.
Nas células mais profundas da vida.
Escreva poemas e espalhe pelo mundo.
Escreva poemas e mande pra gente.
Junte-se ao nosso Zine Anticapitalista.
Façamos do próximo 10 de março, momento e espaço para ecoar nossa voz, nossa fúria, nossa arte.
Quem não se movimenta, não sente as correntes!
Venha construir com a gente o nosso Sarau!
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