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TEORIA | Retrospectiva de elaborações de teoria marxista no Esquerda Diário

quarta-feira 30 de dezembro de 2015 | 00:00

Entre os distintos elementos que constituem o diferencial de uma imprensa de trabalhadores como o Esquerda Diário, está sua orientação editorial teórica: trata-se de um jornal marxista. Nesse sentido, além da informação e de opiniões sobre os principais acontecimentos políticos nacionais e internacionais, o Esquerda Diário busca também desenvolver a reflexão teórica a partir do marxismo sobre os distintos temas que conduzem a conexão com os principais fatos ou mesmo que possibilitem uma formação histórica, filosófica, cultural etc. a partir do marxismo.

Nesse sentido, na seção de teoria chegamos nesses meses a aproximadamente 100 textos de teoria, abordando os mais distintos temas e também algumas noticiais, entrevistas, resenhas etc. relacionadas a questões teóricas.

Na seção tivemos importantes entrevistas com professores universitários sobre distintos temas. Uma das entrevistas que mais repercutiram nesse sentido foi a de Ricardo Antunes, comentando a terceirização, com 19 mil curtidas apenas nessa matéria.

Além de entrevistas, fizemos também para a edição impressa e digital um especial com textos curtos voltados a formação de trabalhadores, com artigos que demonstrassem a importância a teoria de forma introdutória. Assim Edison Urbano escreveu um primeiro artigo “O Marxismo e a necessidade de transformar o mundo” que estreou a seção no jornal impresso, tratando dos principais elementos constitutivos do marxismo. Iuri Tonelo escreveu os dois seguintes, um primeiro “A importância do trabalhador militante para uma resposta a crise que vivemos”, que debate o contexto de crise política e econômica e a importância que ganha a militância nesse período e na terceira edição o texto “A crise econômica abre espaço para uma nova força anticapitalista”. Na última Edição, Marcelo Tupinambá e Jessica Antunes escreveram "O ’Estado veio quente’ e a juventude está ’fervendo’, o que isso tem a ver com o marxismo?", que tratou do problema do Estado na concepção marxista, relacionando com a grande onda de ocupações secundaristas.

Fazer textos mais curtos, voltados para o leitor trabalhador que está se introduzindo no marxismo foi um grande desafio. Outra tentativa nesse sentido esteve na série de vídeos que realizamos a partir do programa “O marxismo e nossa época”, um programa do Esquerda Diário, de aproximadamente 15 minutos, com Iuri Tonelo e Edison Urbano. O primeiro programa, “Karl Marx e os privilégios dos políticos” tratou da campanha “Que todo político ganhe igual a uma professora” do Esquerda Diário, que atingiu mais de 250 mil curtidas, e relacionou a campanha com sua origem histórica (Comuna de Paris) e seu conteúdo marxista. O segundo programa, o mais visualizado, “A hipótese comunista” , fez um debate introdutório sobre o a história e a atualidade do comunismo. O terceiro programa versou sobre a questão da “estratégia e a revolução” , como parte de dar continuidade aos problemas que surgiam do anterior.

Além desses pontos, valeria relembrar ainda o especial que o Esquerda Diário fez sobre Leon Trotski de lembrança dos 75 anos de sua morte, com distintas elaborações inéditas retomando aspectos fundamentais da teoria, do legado e da estratégia do grande revolucionário russo.

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A seguir, perguntamos para Iuri Tonelo quais textos ele relembraria que escreveu na seção de teoria: “Dos textos que escrevemos esse ano, eu lembraria uma série que elaborei de releitura da obra de Hegel, chamada “Hegel: anseio revolucionário”, parte 1, parte 2 e parte 3 particularmente seu curso de filosofia da história, buscando relacionar algumas das concepções de Hegel com a nossa paixão militante de transformar o mundo. Também recomendaria uma reflexão que fizemos sobre Mészáros e Zizek, buscando refletir as transformações no marxismo nas últimas décadas, as novas questões e novos problemas”.

Gilson Dantas, um dos principais colunistas da seção de teoria, comentou também algumas de suas principais elaborações:

“Para nós, do Esquerda Diário, é de importância crucial lutar para que cada companheiro e companheira, cada um de nós, desenvolvamos a maior clareza possível sobre o porquê lutamos; e que tenhamos a mais profunda consciência de que aquilo que nos move - historicamente - na luta em defesa da classe trabalhadora é o socialismo e a emancipação de todos os trabalhadores por eles mesmos. Para ter isso claro, para não enveredarmos na luta pela luta e adotarmos sempre a perspectiva da construção de um novo mundo (sem patronal, sem qualquer opressão, sem burocracia), para isso é que nosso jornal dá permanente destaque ao debate da teoria marxista e da questão da ideologia.

E o mais apaixonante é que se trata de uma necessidade sentida por todo um setor da juventude e trabalhadores de vanguarda. Prova disso foi o número de pessoas que acompanhou regular e frequentemente essa seção [teoria] e em especial na leitura de certos temas que constam da preocupação e do interesse de formação teórica dos companheiros/as.

A história da Revolução Russa do ponto de vista dos trabalhadores brasileiros foi um desses temas; ele é estimulante por conta de que ali aparece o exemplo de como a classe trabalhadora é capaz de levantar seu próprio Estado e transformar um pais agrário – a Rússia de 1917 - na segunda potência mundial em pouquíssimo tempo; e em um processo que poderia ter se desenvolvido em escala democrática e mundial caso outros movimentos políticos dos trabalhadores também tivessem levantado mais Estados-irmãos, uma federação socialista de Estados revolucionários.

A história dos seres humanos no longo período histórico no qual vivemos de forma cooperativa e não conhecíamos a ganância, a mercadoria, a exploração , é outro tema de grande interesse, que pode ser lido aqui e aqui. Assim como a maneira marxista de decifrar a economia capitalista, como em Por que Marx escreveu O Capital ; O Capital: NOVOS elementos introdutórios e De onde vem a riqueza.

Também tem sido formulada a crítica aos intelectuais de grande visibilidade na esquerda, que posam como aliados e companheiros na luta contra a opressão, mas que não possuem qualquer preocupação estratégica para que a classe trabalhadora vença seus inimigos e construa seu Estado; a exemplo de Lukács , de Mészàros, de Zizek, de Michel Lowy e de tantos outros.

Nosso balanço é claro: se promovermos – como Esquerda Diário procura fazer - o debate objetivo, o mais didático possível e nos marcos da estratégia revolucionária da classe trabalhadora, dos temas de formação teórica [do por quê lutamos] então será, sim, possível superar a tradição do modo petista e stalinista de militar, onde o papel da teoria é, na melhor hipótese, acessório e parcial; parcial quando certa esquerda insiste em deixar Trotski de lado, por exemplo [http://www.esquerdadiario.com.br/Trotski-nosso-contemporaneo] [http://www.esquerdadiario.com.br/Trotski-e-o-debate-economico-a-novidade-do-seu-foco-metodologico] [http://www.esquerdadiario.com.br/Trotski-e-defesa-da-democracia-sovietica ].”




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