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ELEIÇÕES DE CIPA METRÔ DE SP | Retomar o caminho da luta contra a privatização e pela unidade dos trabalhadores.

Em meio aos fortes ataques do Governo Alckmin em São Paulo em relação a privatização e terceirização de setores como a bilheteria e a manutenção do Metrô de SP, nas últimas semanas aconteceram as eleições para as bancadas dos trabalhadores nas gestões do próximo ano da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) em diversas áreas. O Movimento Nossa Classe fez uma importante campanha nas linhas 1 e 3 e na manutenção do Pátio Jabaquara, obtendo uma significativa votação para retomar o caminho da luta e resistência na categoria.

sexta-feira 27 de outubro de 2017 | Edição do dia

Apesar de ser um organismo vinculado à patronal, que na maioria das empresas (principalmente do setor privado) a chefia tem absoluto controle para esvaziar esses fóruns, no Metrô de SP, pela histórica tradição de resistência dos trabalhadores, as eleições são sempre marcadas por uma relação de forças distintas, com os metroviários sempre elegendo fortes bancadas representativas para tentar barrar os ataques às condições de trabalho nas mais diversas áreas.

Com o golpe institucional e consequentemente com a aceleração que tiveram os ataques ao conjunto da classe trabalhadora, no Metrô de SP além da terceirização que já vinha ocorrendo em diversas áreas da manutenção, as bilheterias da Linha 5 foram todas entregues a iniciativa privada, junto com a ameaça eminente da privatização de toda a linha junto com o Monotrilho. Os metroviários vêm perdendo direitos conquistados com muita luta, e a cada dia são vítimas da falta de quadro operativo, colocando em risco uma série de condições relacionadas a sua saúde e segurança. Nas CIPAs, isso se expressa pela maior ingerência da empresa nas decisões tomadas. A empresa barrou na gestão passada, por exemplo, a criação das propostas das bancadas eleitas, feitas a partir do Movimento Nossa Classe na linha 1, da criação da subcomissão de saúde e proteção as mulheres, mesmo com o crescente número de assédios que sofrem as trabalhadoras e usuárias no sistema.

Todos esses ataques estão sendo aceitos sem resistência pela maior parte da Diretoria do Sindicato (que é proporcional na categoria) ligada a CTB e CUT. Em todas as assembleias e reuniões de diretoria esse setor vem travando as mobilizações, além de terem traído, no primeiro semestre, assim como fizeram em outras categorias onde estão, a última greve geral. Como parte da oposição desse setor na categoria, foi a partir desse cenário que nós do Movimento Nossa Classe fizemos uma campanha baseada em retomar desde a base a mobilização e resistência contra os ataques, batalhando pela unidade de todos os trabalhadores efetivos, terceirizados e temporários, com estes eixos:

  •  Contra a ingerência do Metrô e sua chefia nas CIPAs, que impedem hoje o funcionamento das gestões, pois a empresa barra o encaminhamento de questões que melhorem as condições de trabalho, saúde e segurança dos trabalhadores, inclusive desrespeitando a norma regulamentadora que rege o funcionamento das reuniões.
  •  Retomada da criação da subcomissão de saúde e proteção às mulheres. A subcomissão já foi aprovada na Linha 1 azul, e unilateralmente o Metrô barrou sua criação, contrariando as próprias orientação da Secretaria Regional do Trabalho.
  •  Defesa das melhores condições de trabalho dos trabalhadores terceirizados e temporários. Com destaque para a importante organização que hoje os jovens aprendizes (estagiários do Senat concursados que trabalham nas estações) estão tendo para lutar pela sua contratação como funcionários do Metrô.

    Foi nesse sentido que o Movimento Nossa Classe entrou nessa luta e foi a única chapa que apresentou candidatos desse setor de jovens aprendizes para travar essa batalha na CIPA, e durante a campanha se mostrou como isso foi significativo, com Alexia da Estação Sé e William da Estação São Joaquim conquistando expressivas votações. Alexia foi eleita titular com 197 votos na Linha Vermelha, e William eleito primeiro suplente com 136 votos na Linha 1. Além dos jovens aprendizes, o Movimento Nossa Classe na linha 1 elegeu os 5 candidatos da chapa, Daniele suplente entre os operadores de trem, Rodrigo Tufão e Soraya como titulares na Estação e Segurança, e Guarnieri titular eleito entre os operadores de trem com 354 votos, obtendo a maior votação de todas as áreas. Na linha vermelha, Marin metroviário da Estação Sé também foi eleito como titular. E no pátio da Manutenção Inácio e Jurandir, foram eleitos titular e suplente no Bloco B1, e França com 178 votos foi o mais votado no Bloco A, e o terceiro em todo o Pátio.

    Agradecemos a todos os trabalhadores metroviários, efetivos, terceirizados e temporários pelo apoio durante essa campanha, que vemos como continuidade do resultado do trabalho de base realizado no último período, assim como pelos votos que ajudaram a eleger todos nossos candidatos. A partir da atuação nas bancadas eleitas das CIPAs seguiremos batalhando para retomar desde a base o caminho da resistência aos ataques, fazendo com que nós trabalhadores tomemos nas nossas mãos o rumo da luta.




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