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DITADURA MILITAR | Restos mortais são encontrados em banheiro de ex-ditador paraguaio admirado por Bolsonaro

Crânios e outros tipos de restos mortais foram encontrados em um dos banheiros da mansão do ditador paraguaio Alfredo Stroessner, personalidade que Bolsonaro é grande fã, assim como tantos outros ditadores e torturadores que perseguiram e mataram aqueles que se ergueram contra as atrocidades dos regimes militares.

terça-feira 17 de setembro de 2019 | Edição do dia

Três crânios e restos humanos foram encontrados enterrados no banheiro de uma mansão do ditador Alfredo Stroessner. O caso que chocou o Paraguai é fruto de uma investigação onde as autoridades buscam 400 corpos de desaparecidos de uma das mais duradouras e sanguinárias ditaduras da América do Sul.

A "mansão do horror" ou a casa do Stroessner, foi uma propriedade construída na década de 1970 e está situada na Ciudad del Este. Abandonada por muitos anos, a mansão foi ocupada por 180 famílias sem moradia que se estabeleceram no local há duas semanas.

Os moradores encontraram três crânios, dois fêmures, um úmero e vários restos soltos. As ossadas foram guardadas pra posterior análise e ficará na Unidade Especializada de Direitos Humanos.

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Os restos mortais, encontrados no piso de um dos banheiros, serão submetidos a vários testes de identificação pela Comissão da Verdade Justiça e Reparação, que responde ao Ministério da Justiça do país.

De acordo com Rafael Esquivel, porta voz dos ocupantes para a AFP há possibilidade de que sejam encontrados ainda mais ossadas na mansão do ditador. "Descobrimos um túnel cheio de entulho. Nos disseram que ele tem cerca de cem metros de comprimento e termina em um poço onde há mais ossos”, declarou Esquivel.

”Ninguém sabe quantos morreram aqui. Em memórias daqueles mortos, estamos ocupando este lugar”

O caso abalou o país depois de 30 anos de fim da ditadura paraguaia, trazendo a tona um achado bárbaro que denuncia o nível de brutalidade dos regimes ditatoriais. Jair Bolsonaro é um grande fã do ditador paraguaio que ocultou cadáveres em sua mansão, evidenciando o caráter da extrema-direita reacionária que exalta os regimes militares na América Latina, bem como a perseguição e assassinato daqueles que resistiam contra o autoritarismo.

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Bolsonaro se apoia no passado nefasto e cruel das ditadura militares para amedrontar aqueles que repudiam seu governo e os ataques, tanto ideológicos quanto econômicos, contra os trabalhadores, juventude, mulheres, negros, LGBTs, indígenas e ativistas políticos, para fazer com que sejamos nós que paguemos pela crise.

Não podemos nos calar diante de tamanhas atrocidades que Bolsonaro reivindica, realizadas por regimes militares que foram responsáveis pela morte de centenas de milhares de militantes políticos. É preciso defender a memória de todos os mortos da ditadura, sem perdão ou reconciliação. São os restos dessas ditaduras nefastas que hoje avançam e assassinam a juventude negra, indígena e pobre no nosso continente. É necessária a construção de uma batalha verdadeiramente anti-imperialista, que dê um basta em cada uma das medidas que quer avançar no autoritarismo e em que seja a classe trabalhadora que pague pela crise.

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