×

UERJ | Resposta de uma estudante da UERJ à carta da Administração Central

Carolina CacauProfessora da Rede Estadual no RJ e do Nossa Classe

quinta-feira 17 de dezembro de 2015 | 12:53

Dois comunicados cheios de demagogia e mentiras sobre o movimento de ocupação foram publicados nesta terça feira dia 15. Os comunicados, assinados pela administração central da UERJ, saíram logo após a administração ter sido derrotada na justiça ao tentar uma liminar de reintegração de posse, ou seja, tentar fazer a polícia militar entrar na universidade e acabar com o movimento dos estudantes na base do porrete, repressão e prisões.

Em ambos comunicados, a Reitoria mente deliberadamente para técnicos administrativos e para estudantes que não saberia porque o movimento de ocupação continua acontecendo na UERJ. Segundo eles, as bolsas teriam sido pagas e os salários dos terceirizados também. Não é verdade: os trabalhadores da manutenção, da empresa Navele, ainda não receberam, os trabalhadores da limpeza, especialmente aqueles que estavam no seu legítimo direito de greve, tiveram dias descontados. Há notícias de trabalhadores com menos de 400 R$ para viver até janeiro. O 13º de todos (terceirizados e efetivos) está com a corda no pescoço.
Se não bastasse isso, falta todo tipo de material nos Hospitais da Universidade (Pedro Ernesto, Policlínica). Não tem Álcool, não vai ter gaze até o fim do mês, não tem internação e cirurgia que não seja emergencial! Pezão está condenando aqueles que precisam do atendimento público a morrer na fila do atendimento, enquanto enche os seus bolsos com a Lava-jato, as olimpíadas e transfere o nosso dinheiro para pagar a conta da SuperVia. Imagine você, estudante, servidor (efetivo ou terceirizado), professor, que enquanto tudo isto está acontecendo, está para ser votado neste dia 21 na Alerj um corte de 46% no orçamento de todas universidades estaduais!

Já deve estar bem claro o porquê de ocupar e fazer greve. Mas para a administração da UERJ, talvez seja difícil de entender: seus super-salários, bonificações e privilégios estão intactos, e talvez eles nunca precisem usar um hospital público! Mas todos estes privilégios só existem porque historicamente estes “senhores feudais” da UERJ estão a serviço do descaso Governo do Estado com a educação pública.

Burocracia universitária faz de tudo para garantir o corte dos 46%!

A verdade é que tentaram impor o fim da ocupação para nos desmobilizar justamente quando deverá ser votado o orçamento estadual que inclui este corte 46% nas universidades estaduais. Tentaram impor um calendário de volta às aulas de 4 dias em dezembro, votado no CSEPE (Conselho Superior de Ensino Pesquisa e Extensão), um dos órgãos de deliberação da universidade aonde os estudantes não tem voz nenhuma.

Quando uma assembleia de centenas (e não poucos, como diz o comunicado) decidiu não acatar a decisão do CSEPE, tentaram chamar a polícia e criminalizar movimento para garantir que estes cortes sejam aprovados com a universidade calada! Também não conseguiram, o pedido foi indeferido.
Os estudantes ocupados na UERJ, pela via de seus métodos, muito mais democráticos que qualquer organismo de decisão da universidade, com assembleias com centenas de estudantes, assembléias de cada curso bastante mobilizadas e um comando de greve eleito na base, estão mostrando que é possível dar uma batalha contra estes cortes!

Por isso, a Reitoria jogando sua última cartada antes da votação deste orçamento que inclui o corte de 46% que vai acontecer no dia 21 na Alerj, assediando estudantes a procurarem seus professores sob pena de perderem suas bolsas e receberem faltas. Judicialmente, é a UERJ e o governo do Estado quem têm a obrigação de pagar as bolsas, que sempre atrasam, e que estão sob a mira da tesoura de Pezão! Os servidores da Universidade, que tiveram seu salário parcelado, e cuja parcela foi paga neste mês, não têm nenhuma garantia para 2016 ou de seu 13o, já que o governo segue usando a “crise fiscal” como justificativa para atacar os trabalhadores.

Chamamos os estudantes a repudiar essa administração que quer acabar com o movimento na base da repressão policial, e se somar à mobilização contra os cortes. Unificados contra a Reitoria e o governo do Pezão, podemos dar exemplo aos servidores e aos professores que é possível lutar contra os cortes que estão colocados para o ano de 2016. Convocamos todos ao ato do dia 21 na Alerj, às 10 horas.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias