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DEMISSÕES | Responsáveis pela demissões na Latam são Bolsonaro e a ganância empresarial, não a pandemia

A pandemia apenas escancara que as políticas de Bolsonaro rifam as vidas dos trabalhadores. As 2 mil demissões na Latam e a incerteza de garantia de emprego aos aeroviários é causada pela sede de lucro empresarial, prioridade absoluta para o governo Bolsonaro, mesmo batendo recordes em seus lucros bilionários em 2019.

Giovana PozziEstudante de história na UFRGS

quarta-feira 10 de junho de 2020 | Edição do dia

Bolsonaro desde sua campanha eleitoral já deixava bem escancarado seu compromisso com as pautas dos empresários, em detrimento da vida e dos direitos dos trabalhadores. Para segui-las a fio, o governo avançou em uma forte agenda de privatizações, aprofundando ataques que já vinham desde o governo do PT e que se aprofundam enormemente a partir do golpe de 2016. Nem mesmo a pandemia foi capaz de parar a sede de lucro das patronais e colocar em evidência a importância da vida e dos empregos dos trabalhadores.

Com a pandemia e a interrupção dos vôos, mais uma vez os trabalhadores são os primeiros a pagar os custos da crise. As grandes linhas aéreas tiveram de parar seus serviços e isso evidentemente impacta seus caixas. Entretanto, é curioso notar que sempre a primeira opção para as patronais bilionárias é jogar milhares de famílias nas ruas, retirar direitos e cortar salários.

A pandemia já mostrou que nenhuma medida de segurança e saúde foi efetivamente garantidas a esses trabalhadores, que estiveram na porta de entrada do vírus todos os dias, correndo alto risco de contaminação. Ao invés terem garantia de EPIs adequados e de liberação aos grupos de risco com remuneração, os aeroviários têm sofrido com massivas demissões, cortes de salário e suspensões, respaldadas pelas MPs do governo Bolsonaro, que assiste a tudo isso sem sequer garantir testes a esses trabalhadores.

A boiada da vez é jogar milhares de famílias às ruas para garantir que as grandes empresas aeroviárias não quebrem. Ainda ontem a LATAM anunciou via reunião online a demissão de quase 2.000 trabalhadores em todo o país. Ou seja, em meio a uma das maiores crises que já vivemos, os aeroviários que tanto expuseram suas vidas agora entraram nas estatísticas altamente engrossadas de desemprego.

E o mais revoltante é que tudo isso acontece contraditoriamente após faturas exorbitantes das companhias aéreas no ano de 2019.

Desse modo, vemos que o governo militarizado de Bolsonaro e Mourão priorizaram MPs que colocam a vida e a segurança de emprego dos trabalhadores ainda mais em cheque. Não têm nada a oferecer para os trabalhadores e a juventude precarizada, visto que aprofunda ataques de todo tipo e privatizações a todos os serviços públicos como os Correios, a Petrobras, as universidades, entregando tudo à iniciativa privada e à sede de lucro do empresariado. Tudo isso em detrimento da saúde, da garantia de emprego e de vida de milhares.

Nós precisamos de uma campanha que repudie fortemente as demissões anunciadas pela LATAM. Não podemos permitir que nenhuma demissão seja efetivada. Para isso, é necessário que as centrais sindicais saiam imediatamente do conforto de suas quarentenas e impulsionem já uma enorme campanha nacional em defesa dos aeroviários. Os sindicatos precisam cumprir o papel urgente de chamar assembleias nos locais de trabalho para viabilizar a discussão e organização desses trabalhadores, levando a frente a batalha contra as demissões. É apenas através de nossa auto-organização que conseguiremos enfrentar esse governo que favorece os empresários em detrimento do sofrimento da classe trabalhadora.

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