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VIOLÊNCIA POLICIAL | Repressão e assassinatos: denúncia aponta 8 mortes pela polícia em bailes funk entre 2018 e 2019

A Ouvidoria da Polícia de São Paulo fez um levantamento dos casos de violência policial em bailes funk em 2018 e 2019 no estado. Esse levantamento escancara a sistematicidade da violência policial nas periferias além da criminalização dos bailes funk.

terça-feira 10 de dezembro de 2019 | Edição do dia

O que levantou isso, foi a popularização de vídeos que estão circulando nas redes e mostrando agressões de policiais militares contra frequentadores dos bailes, depois da chacina em Paraisópolis, em que nove pessoas morreram e 12 ficaram feridas. O mais absurdo é que os PMs continuam alegando que as vítimas morreram pisoteadas após supostos "criminosos" atirarem, mas a população da comunidade contesta e afirma que os policiais fizeram uma emboscada que encurralou as pessoas do baile e as agrediram.

Os casos levantados pela Ouvidoria escancaram acusações de homicídios e lesões corporais durante as festas na capital e cidades da região metropolitana, litoral e interior do estado, segundo matéria do G1.

No dia 17 de novembro de 2018, em Guarulhos, Grande SP, um baile funk terminou com três pessoas mortas. Segundo testemunhas, ação da polícia, acarretou uma correria que causou pisoteamentos.

No dia 23 de dezembro de 2018, na orla de Peruíbe, litoral de SP, Rodrigo Marques Almeida, adolescente de 15 anos, morreu ao ser atingido por um tiro na cabeça durante baile funk.

No dia 1º de janeiro de 2019, em Sorocaba, interior de SP, Lucas Lopes, de 23 anos, foi espancado até a morte durante baile funk.

No dia 10 de novembro de 2019, em Guaianases, ZL de SP, Gabriella Talhaferro, adolescente de 16 anos, perdeu a visão do olho esquerdo após ser atingida por bala de borracha disparada pela PM durante baile funk.

No dia 1º de dezembro de 2019, em Paraisópolis, Zona Sul de SP, 9 pessoas morreram e 12 ficaram feridas após dispersão de baile funk por policiais militares.

No dia 1º de dezembro de 2019, em Heliópolis, também Zona Sul, Alberto Gois, de 38 anos, morreu por tiros disparados pela PM.

Todos esses casos escancaram como é sistemática a ação da polícia de Dória que criminaliza e rouba o espaço de lazer da juventude com sangue nos olhos para massacra-la.

Não só a polícia, mas a justiça e diretamente os governos que querem massacrar a juventude negra e suas expressões culturais. Exemplo disso foi a prisão do DJ Rennan da Penha, que já foi solto, no RJ. Na semana passada, foi aprovado o racista pacote anticrime de Moro, que vai avançar com a impunidade de policiais assassinos e se soma com a política de Witzel, governador do RJ, e de Dória como os expoentes maiores desse choque a direita nas relações raciais do Brasil.

É preciso enfrentar o autoritarismo do Judiciário e a violência policial, lutar contra as condições precárias de vida impostas aos negros e trabalhadores. Chega de mortes pela mãos dessa polícia sanguinária e racista. A juventude negra merece lazer e cultura.




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