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FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ | Reitoria não negocia e estudantes votam seguir paralisação

Nesta segunda-feira (25), ocorreu a reunião entre estudantes paralisados de FAFIL com a Reitoria para debater a pauta da redução da carga horária. Com discurso contraditório a carta divulgada pela Reitoria na última sexta-feira (21), o reitor José Amilton não retrocedeu, mas sinalizou o adiamento do prazo para a entrega dos projetos com a nova carga horária. Em nova assembleia, estudantes decidiram seguir a paralisação até a próxima semana exigindo a revogação da resolução do Consun e a ampliação do debate sobre a nova política de segurança.

terça-feira 26 de maio de 2015 | 13:18

Em carta divulgada na última sexta-feira (21), a Reitoria dizia que seu “objetivo não era precarizar os cursos” e que buscaria diálogo com o movimento. Nesta segunda-feira, depois da reunião com representantes de Biologia, História, Geografia, Ciências Sociais e Química, a Reitoria demonstrou que seu dialogo não é para atender as reivindicações dos cursos paralisados, mas para aumentar o tempo de entrega das novas grades visando não apenas a redução da carga horária como também novas propostas de unificar as aulas de cursos diferentes que tenham disciplinas similares e o auto-sustentamento de cada curso como condição para abertura de novas vestibulares.

Os estudantes que responderam à carta da reitoria, na reunião questionaram o projeto de universidade que o atual reitor busca implementar na contramão de sua campanha “em defesa da FAFIL, das licenciaturas e do bacharelado”. A reitoria propôs uma nova reunião para debater a pauta sobre o novo projeto de segurança, como forma de separar as pautas de negociação, apostando na divisão e no desgaste do movimento.

Para onde vai a FSA?

Com dados questionáveis, a reitoria afirmou milhões de reais em dívidas que levariam a ter de adotar estas e novas medidas. Mesmo com os questionamentos dos estudantes sobre a falta de diálogo com a prefeitura para exigir verbas para manter a universidade, José Amilton não pôde responder porque é tão similar o processo de privatização da universidade à partir do seu projeto de segurança com a política nacional do governo do PT em fortalecer os tubarões do ensino.

Frente a este impasse, os estudantes realizaram uma nova assembleia geral para decidir os rumos da mobilização, uma vez que a última assembleia havia deliberado paralisação até este dia. Com muitas intervenções denunciando a reitoria e seu dialogo sem atender as reivindicações em defesa dos cursos de licenciatura e da universidade aberta à população, estudantes votaram por maioria em seguir a paralisação até a próxima semana, denunciando os professores e a burocracia acadêmica que ataca as licenciaturas, se incorporando a paralisação nacional no dia 29 de Maio e construindo solidariedade aos professores, ao funcionalismo públicos e os operários da região em greve.

Comando de Mobilização para que a força dos estudantes vença a Reitoria

Entre as resoluções da Assembleia, foi votado por 7 votos de diferença a conformação de um Comando de Mobilização que seja responsável por seguir as deliberações da Assembleia Geral e pense medidas para ampliar o comando de mobilização com os cursos parcialmente paralisados. O que permitirá avançar ainda mais a democracia nas assembleias é a organização com delegados eleitos por curso para representar as posições de maioria e minoria para expressar cada curso e as diversas posições que existem na universidade contrapondo os falsos fóruns democráticos que são legitimados pela reitoria como o Conselho Universitário e Conselho Diretor, onde os alunos apesar de maioria na universidade tem uma expressão ínfima e onde são votados ataques como estes, em plenas férias ou sem nenhuma consulta a comunidade acadêmica.

Muito diferente do que deslegitimar o Diretório Acadêmico e qualquer outra entidade estudantil, como os CAs dos cursos, votar o Comando de Mobilização demonstra um passo a frente na organização do movimento colocando na direção desse processo os que estão a frente da mobilização, buscando vias de expandir para dezenas de outros cursos que sofrem com a precarização da universidade com a falta de professores e a ausência de recursos tecnológicos. Seguindo o exemplo dos indomáveis professores estaduais de SP que chegam a mais de 70 dias de greve nesta semana, o Comando de greve se provará como um instrumento à serviço da luta que poderá ampliar a representatividade do DA, como hoje o faz com as subsedes de professores que o implementaram e incentivaram o surgimento de novos ativistas que ao tomarem para si os rumos da universidade, deixarão sem dúvidas, um novo capitulo do movimento estudantil na Fundação Santo André.

Foto: Marcos Martins Cardoso




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