×

A CONSAD aprovou ao final do semetre 2018.1 o aumento de 100% no auxílio-creche, que agora é de R$ 200,00.

Marie CastañedaEstudante de Ciências Sociais na UFRN

quinta-feira 26 de julho de 2018 | Edição do dia

Em março deste ano, um episódio machista colocou a UFRN na capa dos jornais nacionais e internacionais: uma aluna foi expulsa da sala de aula com a sua filha pelo Prof Alípio Souza, com afirmações reacionárias e machistas, onde dizia que se a estudante não tinha condições de se manter na universidade, não deveria estar ali.

Waleska, a aluna expulsa da sala de aula, foi apoiada naquele momento por alguns estudantes de sua sala e logo a mobilização se estendeu ao curso de Ciências Sociais. Foram organizadas assembleias e deliberado que os estudantes se colocariam em luta pelo direito das mães à permanecerem na universidade. As aulas da disciplina foram paralisadas por três semanas e manifestações foram realizadas até a imposição da disponibilidade de novas turmas para os estudantes.

Leia Também: 8 de Agosto: parar Natal em defesa do aborto legal, seguro e gratuito

O caso ganhou repercussão internacional e apesar das ameaças de Prof Alípio, ficou evidente o quanto este individualmente perpetuava o caráter elitista e machista da própria estrutura da universidade.

O DCE José Silton Pinheiro, com gestão composta pelo PT, apresentou o documento à PROAE (Pró Reitoria de Assuntos Estudantis), exigindo o aumento do auxílio. Ao mesmo tempo, eram exigidas assembleias de base da gestão, que estes deveriam ter a responsabilidade de construir, para que a indignação generalizada entre os estudantes se expressasse e pudessemos ir por mais: questionar a estrutura da universidade e lutar pela construção de creches.

No final do semestre 2018.1, o aumento entrou em vigor e representa uma conquista dos estudantes mobilizados, que apesar da paralisia imposta pela gestão do DCE que nem ao menos acompanhou as manifestações realizadas na porta da sala, fez o mínimo de levar adiante nos órgãos burocráticos.

Esta conquista é da mobilização árdua dos estudantes e a reivindicamos, assim como apontamos sua limitação extrema, tanto material quanto frente à estrutura da universidade que segue intocada. Até porque apenas mães que não trabalham tem direito a este auxílio.

As entidades estudantis são instrumentos de luta dos estudantes e deveriam servir para propriciar a autoorganização para lutar. A UFRN sofre os impactos do congelamento dos gastos em saúde e educação e para defendê-la, por dentro de defender uma universidade à serviço dos trabalhadores, é necessário retomar as entidades estudantis das mãos da burocracia do PT e da UNE, que as utilizam para perpetuar a passivização do movimento estudantil, descolando-o dos grandes processos de greve que ocorreram no primeiro semestre no Rio Grande do Norte e a auto-promoção.

Um primeiro passo neste sentido pode ser dado construindo uma forte manifestação no dia 08 de Agosto, quando na Argentina as mulheres inundarão as ruas para exigir o direito ao aborto legal, seguro e gratuito. Precisamos fazer Natal parar também.




Comentários

Deixar Comentário


Destacados del día

Últimas noticias