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CRISE NA UFRJ | Reitoria da UFRJ ocupada, crise segue com milhares de trabalhadores sem salário

sexta-feira 15 de maio de 2015 | 00:00

Em meio à crise por falta de pagamento dos terceirizados, com problemas de limpeza em diversas unidades e principalmente milhares de trabalhadores endividados e sem nenhuma resposta da reitoria, o Conselho Universitário da UFRJ foi conturbado e reafirmou o descaso da UFRJ com estes trabalhadores, por isso, os estudantes ocuparam a REItoria, exigindo o pagamento imediato dos trabalhadores terceirizados.

Trabalhadores endividados por contrair empréstimos para pagar as contas, trabalhando de graça na maior universidade federal do Brasil, seguranças sem receber acumulando a função de recepcionistas e porteiros em diversos prédios, porque estes foram mandados embora no mês de março.

Trabalhadores sendo coagidos pelos encarregados e representantes da universidade à trabalhar sem receber, fazer o trabalho no lugar dos outros trabalhadores que estão em greve e até sendo remanejados para unidades aonde a greve é unânime, num total desrespeito ao direito de greve.

Terezinha da Costa, terceirizada demitida, teve a fala permitida no conselho universitário, porque houve pressão dos estudantes, já que estes trabalhadores não têm nenhum direito de voz garantido dentro da universidade, disse ao Reitor Carlos Levy que da última vez que tinha estado no conselho universitário, este órgão máximo de decisão da universidade havia garantido que não haveria perseguição ao direito de greve. E como havia sido demitida, estava claro para ela que quem manda na universidade na realidade eram as empresas. O Reitor Carlos Levy qualificou a demissão como “excesso”, segundo esta lógica, estaria tudo bem a perseguição ao direito de greve, desde que não fique muito na cara.

Além disso, estudantes também reivindicavam coisas mínimas que a Reitoria em nada garantiu: a abertura do edital da Bolsa Auxílio, atrasado colocando vários estudantes em risco de não conseguir se manter no próximo semestre, e a o fim da reforma do alojamento feminino e a garantia de todos estudantes alojados mas que não estão listados pela universidade, de serem incluídos. O Rio de Janeiro é uma das cidades mais caras do Brasil, e a oferta de alojamento dado pela UFRJ não chega nem à metade do que é preciso. O que causou a ocupação foi a reafirmação da reitoria de manutenção das aulas com esta crise, que significaria forçar uma série de trabalhadores à trabalhar sem receber, sob pena de demissão como foi com Terezinha, em nome de tentar esconder de toda a comunidade da UFRJ, os primeiros resultados dos cortes na educação feito por Dilma, que põem em risco todas as funções da universidade pública, desde estes trabalhadores que são os primeiros afetados, até as bolsas, as atividades de pesquisa e de ensino, os hospitais que atendem à população, toda a estrutura da universidade.

É urgente organizar a luta contra os cortes na educação

O corte foi anunciado por Dilma desde o início do ano, e até então pouco ou quase nada do que poderia ser feito pelas entidades estudantis independentes do governo foi levado adiante.

A situação dos terceirizados hoje na UFRJ é uma repetição mais aguda do que se iniciou em fevereiro. Lá atrás, as aulas foram atrasadas por duas semanas, até que o MEC liberasse 8 milhões para pagar estes trabalhadores. Desta vez, o REItor afirma que 4 milhões estariam no financeiro da UFRJ e sendo transferidos para a empresa. Até agora nada. Mesmo que seja verdade, seria metade da verba liberada da ultima vez, por isso a crise tende a se tornar mais aguda.

De lá para cá, o Diretório Central dos Estudantes da UFRJ, importante entidade controlada pela esquerda há pelo menos dez anos, teve mais de dois meses para convocar toda a universidade para uma assembléia geral que organizasse todos os estudantes para se enfrentar com a crise.

É necessário, agora que há unidades fechadas, como o IFCS e o IH que fechou nesta quarta feira, a ECO, a FND e o Cap-UFRJ, organizar estes estudantes de forma conjunta, para debater um plano de lutas democrático, para que todo estudante possa opinar como tocar a luta, e coordenar ações conjuntas dos estudantes. É necessário radicalizar e massificar, se apoiar na ocupação para chamar todos os estudantes à se colocar lado à lado dos terceirizados da universidade, e exigir que os cortes não caiam sobre eles nem sobre as bolsas, mas sim dos altos salários do REItor e da burocracia universitário, e que também se abra as contas da UFRJ para que estudantes, trabalhadores efetivos e terceirizados e professores decidam para aonde vai o dinheiro.

Em alguns institutos, professores estão se organizando para pressionar pela reabertura de suas unidades, independente do pagamento dos terceirizados. O movimento estudantil tem um importante papel a cumprir, de solidariedade ativa a estes trabalhadores. No IFCS/IH, a direção da história já se pronunciou contra o fechamento. Uma reunião vai acontecer nesta sexta-feira (15) às 14h horas com todos os setores do prédio. É preciso lotar estas reuniões para fazer valer o fechamento, mas também organizar assembléias estudantis massivas para tomar medidas contundentes que paralise as atividades e coloque no centro do debate os cortes na educação.




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