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AMEAÇA CONTRA OS ESTUDANTES | Reitor Interventor nomeado por Bolsonaro entra na justiça para reprimir ocupação na UFC

Reitor Interventor entrou na justiça para reintegrar posse na Universidade Federal do Ceará (UFC) aonde estudantes, funcionários e professores ocupam a reitoria para impedir a nomeação que fere a autonomia universitária.

sexta-feira 30 de agosto de 2019 | Edição do dia

Imagem: José Leomar/SVM

O reitor interventor, Cândido Albuquerque, nomeado por Bolsonaro, entrou com processo de “reintegração e manutenção de posse” na Justiça Federal do Ceará contra professores, estudantes e técnicos-administrativos que ocupam a reitoria da instituição. Ele foi empossado com apenas 4,6% dos votos, ignorando o primeiro nome da lista tríplice para Universidade Federal do Ceará que obteve 56%.

A ação foi impetrada na segunda-feira (26) e teve o primeiro despacho feito pelo juiz George Marmelstein na quarta-feira (28). O magistrado determinou que, antes de apreciar o pedido, o reitor terá de especificar os alvos do processo, segundo noticiado pelo G1.

Cândido Albuquerque foi o candidato com menor número de votos em uma consulta pública na universidade e o segundo colocado na lista tríplice realizada pelo Conselho Universitário (Consuni). Participaram da votação os 3 setores da universidade.

O juiz especificou que “como os manifestantes são, em grande maioria, estudantes, professores e servidores da própria UFC, penso que é plenamente possível para a parte autora identificar alguns dos principais representantes dos grupos que fazem parte da manifestação”, afirma, no despacho, Marmelstein. O magistrado diz que, é necessário buscar a “solução dialogal”, assim como “a desocupação pacífica antes de se utilizar a força pública contra os manifestante”.

O reitor interventor está desde o dia 19 tentando se legitimar após ser anunciado por Bolsonaro. Graças a luta dos estudantes, técnicos e funcionários que buscam defender a autonomia universitária e a validade de seus próprios votos, o reitor não teve paz. No dia 20, foi organizado um corte de rua em avenida próxima a universidade, no dia 22, o reitor tomou posse e no dia 23 os estudantes, técnicos e professores fizeram protestos na reitoria da universidade e a transferencia de cargo teve de ir para outro local. No dia 26, uma manifestação bloqueou a reitoria.

O grande exemplo da comunidade universitária da UFC deve servir para todas as universidades que estão sofrendo com a perspectiva de uma intervenção de Bolsonaro, como já ocorreu na Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) em que foi suspenso um vestibular específico para a população LGBT, na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) em que também se nomeou um interventor e na UniRio, em que o reitor não se submeteu a escolha da universidade.

É necessário um amplo apoio a esses estudantes que estão sofrendo ameaças e correm risco de uma reintegração de posse na UFC. Precisamos nos apoiar nesse exemplo para exigir da UNE e a Centrais Sindicais que rompam sua paralisia e convoquem um plano de lutas sério contra a reforma da previdência, os cortes a educação e pela autonomia universitária. A força que vem mostrando essa mobilização no Ceará é só mais um exemplo de que existe disposição de luta para barrar o governo Bolsonaro.




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