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SEM FUTURO? | Reforma trabalhista: golpe certeiro nos jovens brasileiros

Amargando quase 30% de desemprego os jovens entre 18 e 24 anos serão os mais afetados pela reforma trabalhista e as demais medidas do governo golpista de Michel Temer. Está decretado uma nova geração sem futuro?

segunda-feira 19 de dezembro de 2016 | Edição do dia

Amargando quase 30% de desemprego no terceiro trimestre de 2016, segundo dados oficiais do IBGE, ou ocupando os postos de trabalho mais precarizados, os jovens entre 18 e 24 anos serão os mais afetados pela reforma trabalhista e as demais medidas do governo golpista de Michel Temer.

A cada dia que se agrava a crise econômica fica mais difícil para os jovens brasileiros entrarem e permanecerem no mercado de trabalho. Enquanto há uma massa crescente de quase 4 milhões de jovens procurando emprego no país, a grande maioria dos empregados se encontram nos trabalhos precários com contratos temporários (sem carteira assinada), principalmente no setor de serviços onde a rotatividade é recorde e entre os jovens chega a ser o dobro da dos adultos.

É justamente essa situação que a Reforma Trabalhista vem agravar, um golpe certeiro na juventude trabalhadora, com as novas regras que Temer pretende implementar para agradar ao empresariado, que não ficou satisfeito com a PEC 55 e a Reforma Previdenciária alegando que não trariam lucros imediatos.

Dentre as mudanças será, por exemplo, estendido o prazo permitido para contratos temporários, de 90 para 180 dias. Ou seja, a esperança dos jovens que entram nas empresas geralmente pela via da informalidade, contratados temporários, de serem efetivados em 3 meses, que poucas vezes se torna realidade, agora passa para 6 meses. Aumentando o tempo que esses jovens permanecem trabalhando sem direitos da CLT, como seguro desemprego, férias, assistência médica, carga horária de 40 horas e etc. e garantindo os lucros dos patrões pela superexploração por mais tempo. Assim como o novo contrato de trabalho por hora, que permite aos patrões colocar os jovens pra trabalhar apenas nos picos de produção, sem qualquer estabilidade ou sistematicidade, o jovem fica esperando em casa até que o patrão precise dele por algumas horas, enquanto não recebe nada.

Na realidade, essas medidas são a legalização da precarização e da terceirização do trabalho que já acomete os jovens, em especial mulheres e negros. E para fechar com chave de ouro, outro ponto discutido é a diminuição progressiva da multa para quem demite sem justa causa, até que chegue a zero. Assim, os patrões podem demitir livremente sem qualquer custo quando caia sua produção e vendas, e contratar de novo quando aumentar, preferencialmente um contrato temporário, onde o jovem é o alvo preferido, pois como a fila está grande "aceitam qualquer coisa".

Uma geração sem futuro?

Junto as novas medidas do governo Temer, como a Reforma Trabalhista, da Previdência e a PEC 55, o governo está querendo decretar que toda uma nova geração fique sem futuro. Com os gastos da saúde e educação congelados, a possibilidade de formação escolar de qualidade para o jovem trabalhador está cada vez mais fora do horizonte. Sem formação o caminho para o trabalho precário já seria o mais provável, e pra dar aquele empurrãozinho os golpistas lançam tais medidas de reformas trabalhistas.

Com a nova proposta de aposentadoria somente após 49 anos de contribuição, e a maioria dos jovens entre 18 e 24 anos estando fora da CLT, agora ainda mais com a facilidade que terão as empresas, ou na fila do desemprego, fica a pergunta se algum dia essa geração chegará a se aposentar, ou se trabalharemos com jornadas extenuantes, salários baixos e sem estabilidade e direitos até morrer.

Esse é o "futuro" que nos oferecem para que em contra partida paguemos pela crise econômica, é tirando nossos direitos que os capitalistas manterão seus lucros e fecharão as contas no azul. A única forma de virar esse jogo enquanto é tempo é com uma forte luta unificada dos jovens trabalhadores e estudantes de todo o país. É preciso dias nacionais de paralisação de todos os setores contra essas reformas, e nesse sentido nos perguntamos porque a CUT e a CTB que estão em quase todos os sindicatos ainda não estão organizando essa luta? Até quando vai durar essa "trégua" ao governo Temer? É preciso incendiar o país pra defender o futuro, contra toda a corja de políticos e empresários que estão no poder.




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