quinta-feira 25 de fevereiro de 2016 | 00:59
O aumento da passagem em Porto Alegre durou apenas 3 dias. Bem acima da inflação, os 50 centavos a mais causou um descontentamento generalizado na população da capital gaúcha que já vem sofrendo diariamente com o desemprego, inflação, falta de serviços públicos, etc. Enquanto o prefeito Fortunati (PDT) tentou justificar esse abusivo aumento colocando a culpa no salário dos rodoviários e na falácia da nova frota, milhares de jovens foram às ruas nessa semana e na semana passada exigir a revogação do aumento.
Diante dessa situação insustentável, a justiça teve que ceder e suspender o aumento. Ela foi anunciada após a justiça ter acatado o pedido do PSOL a partir de uma ação cautelar.
Segundo a juíza, o "reajuste se deu em desatendimento à lei específica do município" (lei que prevê a necessidade de se consultar o Conselho Municipal de Transporte Urbano em casos de reajustes tarifários).
Trata-se de uma importante vitória do movimento em defesa do transporte público em Porto Alegre e que deve seguir avançando. De maneira alguma devemos ter a ilusão de que a justiça está do lado do movimento e da população nessa situação. Essa é a mesma justiça que mantém vários rodoviários demitidos que fizeram a greve de 2014. Ela foi obrigada a suspender dada a enorme insatisfação e do apoio popular dos atos organizados pelo Bloco de Lutas.
Mesmo com essa ação por parte da justiça, é necessário termos a consciência de que tal suspensão pode ser rapidamente revogada de uma hora para outra por algum outro juiz. A prefeitura já aponta para isso, inclusive, e devemos ficar alertas. E mais, a prefeitura pode vir a recorrer ao CMTU e votar novamente o aumento. As cartas ainda estão em cima da mesa.
Com o recuo por parte da justiça, o movimento pode e deve avançar mais. A suspensão mostrou que juntos somos capazes de arrancar conquistas ainda maiores. Daí a necessidade de levantarmos com tudo a bandeira de estatização de toda a rede de transporte público sob controle dos trabalhadores junto aos usuários. Queremos um busão 100% Carris sob controle dos rodoviários junto aos usuários, e que os funcionários das empresas privadas sejam efetivados. É dessa maneira que vamos avançar sobre os lucros dos empresários que lucram às nossas costas e construir um transporte verdadeiramente público, com passe livre para todos e de qualidade.
Vale ressaltar que essa suspensão somada à suspensão do aumento da tarifa em Goiânia pode dar uma luz na luta em defesa do transporte público de outros estados. Junho de 2013 começou com Porto Alegre derrubando a tarifa e se espalhou pelo país.
Todos ao ato dia 29, às 17h, na prefeitura! Busão 100% Carris sob controle dos trabalhadores e usuários! Todos às Assembleia do Bloco de Lutas às 18h30 na terça-feira, dia 1 de março, no SIMPA!
