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terça-feira 6 de março de 2018 | Edição do dia

No início do ano, foi encaminhado à Câmara Municipal de Garça, interior de São Paulo, o Projeto de Lei 0001/2018 que estabelecia o dia 21 de junho Dia do Orgulho LGBTI no município – pauta apoiada pelo setor LGBTI e organizadores da 1ª Parada LGBT da cidade.

Setores reacionários da Câmara e ligados a partidos golpistas, tais como os vereadores Janete Conessa (DEM), José Luiz Marques (PP), Marcão do Basquete (PROS), Patrícia Morato Mrangão (PMDB), Paulo André Faneco (PPS), Pedro Santos (PSD) e o pastor Wagner Luiz dos Santos (PSDB) logo se mobilizaram para redigir um substitutivo ao projeto que o descaracterizava, mudando o Dia do Orgulho LGBTI para Dia do Combate à Intolerância Racial, Religiosa, de Gênero ou Orientação Sexual. Também a data foi modificada para o dia 21 de novembro, conhecido como Dia Mundial da Saudação, celebração de preservação da paz.

No último dia 05, segunda-feira, o substituto do Projeto de Lei foi à votação na Câmara e foi aprovado.

Com um discurso demagógico de que devemos prezar pela pluralidade entre as pessoas e de que qualquer discriminação não se justifica, sabemos que esses vereadores se apoiam nos setores mais conservadores da cidade para modificar a lei que tinha o intuito de trazer à tona o debate sobre a questão LGBT.

Em um contexto de Intervenção Federal no Rio de Janeiro que reprime principalmente os negros e as negras das favelas, tentativa de criminalizar o aborto mesmo nos casos já legalizados, aprovação da Reforma Trabalhista que permite que mulheres grávidas trabalhem em lugares insalubres, tentativa de aprovação da Reforma da Previdência que iguala a idade de aposentadoria das mulheres à dos homens desconsiderando o trabalho doméstico que infelizmente as primeiras carregam nas costas, dentre outras medidas reacionárias do governo Temer no país que mata um LGBT a cada 25 horas, todas apoiadas pelos partidos destes vereadores, falar em “preservação da paz” aos setores oprimidos é no mínimo irônico, para não dizer lamentável.

Apesar disso, a organização da 1ª Parada LGBT da cidade segue na luta pelos direitos das LGBTs e realizará um debate na Câmara Municipal da cidade às 20h no dia 8 de março, Dia da Mulher, para debater sobre criminalização da LGBTfobia, cura gay, fetichização da mulher lésbica, a questão LGBT nos lares, travestis e transsexuais na educação e violência contra a mulher.




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