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Eleições 2022 | Reacionário Moro defende lei anti-aborto e imunidade tributária de igrejas evangélicas

Uma das principais figuras que personificam o golpe institucional e que representa o intervencionismo norte-americano no país, Moro lançou uma carta nesta segunda-feira (7) em que defende a atual lei que restringe as situações em que o aborto é permitido e promete manter a imunidade tributária das igrejas, mostrando que também nas eleições, sua prioridade é atacar os setores mais oprimidos da sociedade, escancarando a falácia da "terceira via".

quarta-feira 9 de fevereiro de 2022 | Edição do dia

Imagem: Cristiano Mariz/O Globo

Moro é pré-candidato à presidência da República pelo Podemos, e busca incidir sobre o eleitorado bolsonarista e conservador, levando em consideração que Bolsonaro conta com o apoio de alguns líderes religiosos evangélicos.

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O lançamento ocorreu em um evento no Ceará com a divulgação da "Carta de Princípios para Cristãos".

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"Valorizaremos a autonomia da instituição familiar, respeitaremos as preferências afetivas e sexuais de cada indivíduo e a preservação dos direitos de cada um dos seus membros", disse o ex-ministro, defendendo o núcleo familiar, instituição essencial para a manutenção do patriarcado no sistema capitalista, baseado na exploração e opressão, principalmente da mulher, ao mesmo tempo que apenas demagogicamente defende a diversidade sexual, já que a sua defesa da instituição familiar e seus acenos aos evangélicos só podem significar a continuação da violência e discriminação da comunidade LGBTQIA+.

Também disse que irá prestigiar o "papel constitucional colaborativo das organização religiosas" e que pretende manter a imunidade tributária das igrejas.

"Defenderemos a não ampliação da legislação em relação ao aborto e faremos a defesa da preservação da vida humana em todas as suas manifestações, conforme lei brasileira em vigor", disse o juiz golpista.

Sendo um dos principais pivôs do golpe institucional, Moro ajudou a aplicar os ataques mais draconianos e brutais contra a classe trabalhadora e o povo pobre, que é composta por diversos setores oprimidos, como negros, mulheres, LGBTQIA+, imigrantes, entre outros, o que mostra como Moro sempre foi um inimigo dos explorados e oprimidos.

Além disso, o ex-ministro de Bolsonaro leu a carta e disse que as promessas estão "escritas na pedra" e que traduzem "princípios que não serão desconsiderados em qualquer hipótese, seja em 2022 ou em anos vindouros". Ou seja, Moro não terá nenhuma complacência para aplicar seus princípios reacionários contra os setores explorados e oprimidos.

Moro também disse que "o Estado deve evitar ao máximo invadir a esfera da liberdade privada, assim como deve preservar as crianças e adolescentes da sexualização precoce", claramente dialogando com a extrema-direita e setores bolsonaristas, que muitas vezes acusam a esquerda de "erotização precoce" das crianças, inventando absurdos como "ideologia de gênero" e "kit gay", na verdade buscando impedir que os jovens tenham acesso à educação sexual, que deve ser tomada por profissionais preparados para responder dúvidas e orientar crianças e adolescentes, para que conheçam seu corpo e possam ter domínio sobre ele, tendo em vista que é aprendendo sobre seu corpo e sobre sexualidade que jovens podem se proteger de agressões, abusos e inclusive se prevenir de DSTs e gravidez indesejada.

Assim, em sua sanha reacionária para chegar ao poder e garantir todos os ataques mais abjetos contra os setores explorados e oprimidos da sociedade, à serviço dos lucros da burguesia nacional e internacional, Sérgio Moro vai fazendo essas declarações repugnantes, com o objetivo de angariar votos nas alas reacionárias e bolsonaristas da sociedade.

O ex-juiz já disse absurdos como "que infelizmente alguns homens terminam usando da violência física pela intimidação que sentem das mulheres que hoje tem um papel crescente na sociedade" e que os mais de 80 tiros disparados em direção ao músico Evaldo, morto pela polícia "é algo que pode acontecer", continua tendo como alvo os direitos das mulheres, dos negros, dos LGBTQIA+ e dos trabalhadores, escancarando a falácia da "terceira via".




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