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OPINIÃO | Raízes do atual sindicalismo brasileiro

É fato que o proletariado brasileiro desde o inicio de sua formação protagonizou grandes feitos e lutas.

quinta-feira 21 de janeiro de 2016 | 23:55

De um lado, desde no inicio da sua historia quando os trabalhadores começaram a organizar fundo de solidariedade em defesa dos escravos e até as grandes greves como a grande greve geral de 1917 e as greves na época da ditadura militar de 1964 – 1985 só demonstrou a força dos trabalhadores.

De outro lado, em todos os momentos em que o proletariado se levantou, se esbarrou em suas direções conciliatórias.

Partimos do principio que a primeira organização que os trabalhadores possuem são os sindicatos, pois é a principal ferramenta de organização para poder impedir que os patrões coloquem a classe que vive do seu trabalho numa situação de miséria absoluta. Porém na época imperialista, os sindicatos que se colocam contra o objetivo histórico da classe trabalhadora e que se dizem lutar por apenas as demandas imediatas acabam se adaptando ao estado burguês.

Esta adaptação dos sindicatos ao estado burguês se deve por conta dos dirigentes que estão por trás destas organizações querem sempre buscar algum tipo de privilégio para si. Por isso cumprem um papel de ser transmissão de correia dos interesses da burguesia e do movimento operário, fazendo com que as lutas dos trabalhadores não seja levada até o final e deixando passar os ataques dos patrões.
Como o capitalismo chegou ao seu estágio imperialista é impossível de se chegar uma neutralidade no movimento sindical. Os sindicatos podem ser instrumento auxiliares da burguesia e do imperialismo para domesticar o movimento operário, ou podem ser instrumento de combate dos trabalhadores na luta de classes para poder preparar para a revolução socialista.

Em países semicoloniais ou coloniais, a burguesia destas regiões, sabendo do papel que pode cumprir os sindicatos e com medo da sua classe operaria sempre que pode apoia na camada privilegiada de trabalhadores criada pelo imperialismo. Esta camada que chamamos de burocracia sindical, cumpre o papel de alimentar ilusão nas reformas e democracia burguesa dentro e fora da fábrica.

No Brasil a expressão máxima deste sindicalismo é forte a tradição do sindicalismo da era trabalhista de Getulio Vargas. O sindicalismo varguista é conhecido pelo o seu atrelamento ao estado burguês e a propriedade privado, de ter uma postura moderada na luta de classes se colocando como mediador entre os patrões e os trabalhadores ao invés de pregar a independência de classe e de se enfrentar com a classe dominante.

O trabalhismo coloca para os trabalhadores de que é possível que eles consigam seus direitos não se confrontando com a burguesia, mas sim cooperando com o estado e os grandes empresários. O trabalhismo sempre cumpriu o papel de ser uma barreira para que os trabalhadores tomassem contato ás ideias marxistas. Este papel sempre foi dado pela burguesia para este setor da burocracia operária por conta de seu medo da força dos trabalhadores.

O papel que Getúlio Vargas cumpriu contra a classe trabalhadora foi fazer com que estes esquecessem de sua combatividade, colocando que as demandas dos trabalhadores iriam sair através de uma ’figura carismática’’ do que através da força da sua mobilização. E o sindicalismo dominante naquela época cumpriu um papel de conter a força dos trabalhadores, impedindo que nenhuma ala radicalizada aparecesse.

Getúlio para poder domesticar a força dos trabalhadores brasileiros que haviam protagonizado a grande greve geral de 1917, utilizou das concessões que haviam feito para a classe operaria para poder minar a sua combatividade. Para poder colocar na pratica esta política precisou da ajuda da burocracia sindical trabalhista que estava crescendo na época , inclusive para poder substituir no lugar dos antigos dirigentes da classe operaria que chegaram a ser perseguidos.

Na historia da luta de classes brasileira, os trabalhadores além de se enfrentar contra a burguesia e o seu estado também lutaram contra a burocracia sindical que se instalaram em seus sindicatos. Porém as direções de massas como o PCB e mais tarde o PT nunca conseguiram forjar uma alternativa independente para os trabalhadores, pois ambos os partidos sempre se adaptaram a uma variante da burguesia.

O PCB devido a teoria stalinista de revolução em um só pais e depois com os acordos de Yalta e Potsdam no final da Segunda Guerra Mundial, se adaptou a uma variante da burguesia brasileira e não pode dar uma resposta independente para os trabalhadores. O PT ao invés de oferecer uma saída independente dos trabalhadores contra a ditadura militar, se adaptou a ala democrática da burguesia brasileira e participou ativamente da transição pactuada da ditadura para a democracia burguesa.
Portanto o que podemos ver na historia da luta de classes no Brasil que toda tentativa de ruptura com a ordem sindical vigente, não conseguiu ser uma ruptura até o final e acabou se alinhando com esta mesma ordem. Em nenhum momento na historia, surgiu para os trabalhadores uma alternativa revolucionaria capaz de resposta independente aos desafios da luta de classe.

Hoje por mais que não exista uma única tendência no sindicalismo brasileiro, grande parte das centrais sindicais como a CUT, CTB, Força Sindical e entre outras menores como a UGT carrega a tradição varguista dentro dos sindicatos em que dirigem. A grande prova desta constatação é como as centrais sindicais atuam dentro do movimento de trabalhadores, cumprindo sempre o papel de trair as lutas e abrindo para os ataques dos patrões.

A CUT surgiu no meio das greves operarias na época da ditadura militar, se colocando como uma alternativa para os trabalhadores em relação aos interventores que a ditadura militar colocava nos sindicatos. O problema é que a estratégia do PT em se integrar ao sistema capitalista fez com que ao longo da trajetória histórica da CUT, que está central sindical se atrelasse cada vez mais ao estado burguês chegando de defender hoje o governo petista que aplica o ajuste fiscal contra os trabalhadores.

A Força Sindical e outras centrais sindicais menores como o UGT, CGTB e a USB são representantes fieis do velho sindicalismo varguista no atual movimento operário brasileiro. A grande questão é ao invés de defender uma política trabalhista, estes procuram passar para os trabalhadores que a política ‘’neoliberal’’ que o Estado e os patrões aplicam são boas para ambas para todas as classes sociais.

Mais do que nunca é preciso disputar os trabalhadores que estão nas mãos da burocracia sindical, dando exemplo seja na luta de classes colocando que é possível combater os patrões e o Estado e também colocando que aqueles que querem se organizar nos sindicatos não podem viver de privilégios. É fundamental que os revolucionários organizem os trabalhadores para recuperar seus sindicatos na mão da burocracia sindical.




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