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Racismo estrutural: mortes por covid-19 em SP se concentram em bairros com maioria de negros

Bairros em São Paulo onde as pessoas mais se auto declaram negras são os bairros com mais números de óbitos pelo covid-19. Isso é uma expressão clara do racismo estrutural no Brasil, pois os negros e pobres são os que mais estão expostos as condições precárias das periferias, com moradias impróprias, falta de equipamentos de saúde, e maior exploração do trabalho.

quinta-feira 25 de junho de 2020 | Edição do dia

Os bairros com o maior número de mortes são:

Sapopemba (zona leste) - 300 mortes
Brasilândia (zona norte) - 277 mortes
Grajaú (zona sul) - 267 mortes
Jardim Ângela (zona sul) - 240 mortes
Capão Redondo (zona sul) - 237 mortes

Além da precarização e sucateamento por parte dos governos no sistema público de saúde, pessoas negras são em sua grande maioria moradores de lugares com moradias precárias, consequentemente isso prejudica ainda mais nas medidas de prevenção ao combate ao vírus. Porém o que precisa ser dito é que tudo isso é responsabilidade de um Estado capitalista que só se preocupa com seus próprios interesses, enquanto milhares e milhares de negros e pobres morrem pelo covid-19 e pelas misérias oferecidas pelo sistema capitalista.

Proporção de pretos e pardos:
Jardim Ângela (zona sul) - 60,1% e 240 mortes
Grajaú (zona sul) - 56,8% e 267 mortes
Capão Redondo (zona sul) - 53,9% 237 mortes
Brasilândia (zona norte) - 50,6% e 277 mortes
Sapopemba (zona leste) - 41,7% e 300 mortes

Letícia Parks no vídeo do Quilombo Vermelho no canal do Esquerda Diário no YouTube com o tema " Por que o covid-19 mata mais os negros?" Aborda uma importante relação do racismo e capitalismo e principalmente as condições materiais que são propícias para os negros morrerem em uma proporção assustadora em tempos de crise política, econômica e sanitária. Bolsonaro e todo seu governo reacionário e racista enxergam as mortes como apenas números, a política negacionista de Bolsonaro é uma expressão do racismo na sociedade brasileira, desde do período da escravidão os negros tem suas mortes naturalizadas e muitas das vezes não tem nenhum direito ao seu próprio luto.

"Não tem nada de genético, não tem nenhuma característica física ou cultural que torne os negros um grupo mais propensos a contaminação e mortes pelo covid, mas sim que essas condições materiais de vidas são as que permitem não só a proliferação massiva do vírus, mas também que a letalidade seja maior entre negras e negros." Segundo palavras da Letícia Parks fundadora do coletivo negro anticapitalista e revolucionário quilombo vermelho.

O Brasil é o segundo país no mundo com maior índices de contaminação e lamentavelmente os negros e pobres são os principais atingidos por isso, além do medo do desemprego, fome e vírus, esse momento de crise precisa ser um momento que a classe trabalhadora questione as raízes do racismo e principalmente as irracionalidades de uma sistema capitalista que não garante o direito as nossas próprias vidas. Por isso os exemplos da revolta negra nos Estados Unidos é um grande ponto de apoio para toda população brasileira negra e pobre. É preciso lutar pelo fim do racismo, capitalismo e fora Bolsonaro, Mourão e os militares. Basta de negros mortos pelo racismo, capitalismo e covid-19.




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