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VOTAÇÃO CÂMARA | Rachado, Centrão composto por Cunha se vê à beira de perder a presidência da Câmara

quarta-feira 13 de julho de 2016 | Edição do dia

Com a saída de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara, o Centrão, sua principal base de apoio formada por PP, PR, PSD, PTB, PSC e partidos médios, dá sinais de declínio. O grupo ficou dividido ontem e refazia as contas do número de votos que conseguiria ter nas principais candidaturas do bloco.

No mesmo momento em que o peemedebista tentava convencer integrantes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) de votar contra a sua cassação, alguns líderes do Centrão faziam uma reunião de emergência em uma das salas da Quarta Secretaria. Convocado às pressas, o encontro buscava uma nova estratégia para tentar evitar um possível revés da candidatura do líder do PSD, Rogério Rosso (DF), na disputa pelo comando da Câmara.

Com apoio de Michel Temer, Rosso era considerado favorito até a véspera da disputa. O clima de tensão dentro deste "ilustre grupo" da direita (que disputa com a outra ala da direita encabeçada pela candidatura de Rodrigo Maia apoiada pelo PSDB) se estabeleceu, contudo, após o lançamento oficial pelo PMDB do deputado Marcelo Castro no páreo. Com lápis e papel na mão, alguns integrantes do Centrão apontavam, até o fim da tarde de ontem, para uma possível derrota de Rosso.

De acordo com um dos líderes do grupo ouvido pelo Estado, Rosso tinha naquele momento cerca de 140 votos contra 150 de Castro. Até anteontem, o candidato do PSD liderava as projeções.

“Acabou o Centrão. Temos hoje oito candidatos. Que sinal vamos dar para o plenário?”, questionou um líder da bancada.

A divisão deve fortalecer Castro, ex-ministro da Saúde na gestão Dilma Rousseff, que não tem o apoio do Palácio do Planalto e deve angariar votos do PT, PCdoB e PDT, em razão de ter sido contra o impeachment da presidente afastada.

Também não está descartado o apoio ao peemedebista de parte da antiga oposição (PSDB, DEM e PPS), que vê em uma derrota do Centrão a possibilidade de se viabilizar na disputa de fevereiro de 2017, quando estará em jogo a Mesa Diretora e um mandato de dois anos à frente da Câmara dos Deputados.

Caso seja derrotado hoje, o Centrão deverá colocar fim a um histórico de vitórias dentro da Casa. O grupo foi formulado por Eduardo Cunha na disputa pela presidência da Câmara, realizada em fevereiro de 2015.

Na ocasião, Cunha venceu com quase o dobro de votos o candidato do governo Dilma, Arlindo Chinaglia (PT-SP). À época, o placar foi de 267 votos para Cunha, 136 para Chinaglia e 100 para Júlio Delgado (PSB-MG), o terceiro colocado na disputa.

Acompanhe as discussões e a votação de hoje na Câmara pelo Esquerda Diário.

Para aprofundar: Tiroteio entre as alas da direita golpista pelo privilégio de ser o novo Cunha: quem ganha com isso?




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