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METRO DE SP | Queremos uma Cipa forte e atuante, se enfrentando com os interesses da empresa

No dia 16 de novembro, tomaram posse as novas gestões das Cipas nas linhas do Metrô de SP. Na Linha 1 - Azul já começamos a sentir como a empresa quer que a Cipa funcione nesse mandato.

Rodrigo Tufãodiretor do sindicato das Metroviárias e Metroviários de SP e do Movimento Nossa Classe

sexta-feira 2 de dezembro de 2016 | Edição do dia

Logo de cara, o presidente indicado pela empresa se negou a aceitar os nomes propostos pelos trabalhadores eleitos, para serem o secretário e o vice-secretário. Quebrando um acordo em que a empresa não veta as indicações da bancada eleita pelos trabalhadores, em suas bases.

Além do formato anti-democrático da Cipa, no qual a empresa tem a presidência e poder de veto em qualquer decisão da bancada, agora nem o secretário os trabalhadores podem ter.

Já vemos por aí, a dificuldade que será garantir que a Cipa funcione realmente para previnir acidentes e fiscalizar as condições que os trabalhadores estão submetidos em seus locais de trabalho.

A sub-comissão de mulheres será uma dura batalha, pois sabemos que mesmo com uma decisão favorável da SRTE em relação a existência da sub-comissão, a empresa não quer que ela exista.

De forma demagógica, faz campanhas milionárias contra o assédio dentro dos trens e nas estações. Porém, na hora de botar a mão na massa e impulsionar uma sub-comissão junto aos trabalhadores para organizar campanhas com os usuários, investigar as condições de trabalho das terceirizadas e metroviárias, debater a questão do assédio e as doenças que ocorrem por isso, a empresa coloca barreiras para essa subcomissão não existir.

Isso mostra que seu combate ao machismo e a violência contra as mulheres não passa de propaganda demagógica e cara. Deixa claro que não está disposta nem sequer a debater a realidade nas mulheres metroviárias (efetivas e terceirizadas) combatendo a cultura do assedio que sofrem, que dirá romper o contrato das empresas terceirizadas, que colocam as mulheres sob uma condição de trabalho desumana, com um salário injusto. Menos ainda, efetivar essas trabalhadoras.

Ao contrario, deixa claro que o Metro continuará repassando milhões para essas empresas terceirizadas que não respeitam as leis trabalhistas. Muitas delas envolvidas em escândalos de corrupção como o caso da Tejofran, no Trensalão. Porém, parece que a corrupção que envolve o PSDB nesse país, nunca é investigada, seus caciques corruptos continuam livres, leves e soltos.

Muitos desafios estão colocados para essa nova gestão da Cipa. Desde a bancada dos trabalhadores, teremos que enfrentar a truculência e descaso da empresa com as condições de trabalho no Metro. Querem abafar tudo. Nosso trabalho é mobilizar e garantir que teremos uma Cipa forte, atuante e com uma Subcomissão de Saúde e Proteção às mulheres que fiscalize e previna os absurdos cotidianos que as mesmas enfrentam no dia-a-dia, tanto dentro dos trens, quanto nos locais de trabalho.




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