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PRECARIZAÇÃO | Queima do Museu Nacional relembra as ameaças de Sartori contra a Fundação Zoobotânica

Sartori (MDB) vem precarizando a Fundação Zoobotânica, inaugurada em 1974, desde o início de seu governo.

sexta-feira 7 de setembro de 2018 | Edição do dia

Imagem: Guilherme Santos/Sul21

Nesta semana a tragédia do Museu Nacional do Rio de Janeiro, deixou em cinzas milhares de exemplares das coleções científicas e nossas memórias culturais de séculos atrás. O Museu contava com um acervo de mais de 20 milhões de itens. Possuía uma coleção egípcia, ainda adquirida pelo imperador Dom Pedro I, que era bastante visitada, incluía mais de 700 peças, sendo considerada a maior coleção arqueológica egípcia da América Latina. Também detinha coleções Paleontológicas e Antropológicas, que conservava o registro mais antigo de um ser humano no Brasil, conhecido como “Luzia” e o dinossauro de grande porte Maxakalisaurus topai, descoberto em Minas Gerais. Além de coleções biológicas, como por exemplo, a entomológica com diversos espécimes de lepidópteros, entre grande variedade de insetos. Essas coleções possuíam extrema importância, para determinação de novas espécies, como base de estudos para pesquisadores do mundo inteiro, além de carregar grande parte de nossa história e biodiversidade. Enfim, perdemos um acervo de valor incalculável, grande parte de nossa história natural virou apenas cinzas. Esta crime nos fez pensar na nossa Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, que sofre ataques do governador e sua equipe desde 2015.

Considerando as devidas proporções, assim como o Museu Nacional, a Fundação Zoobotânica (FZB/RS), é muito valorosa, principalmente para o Estado do Rio Grande do Sul, desde 1974, quando teve início das atividades, colabora com desenvolvimento de pesquisas e projetos, produzindo guias, livros e periódicos, descrevendo nossa biodiversidade e mostrando a riqueza de nossos ecossistemas.

Também promovem exposições no Museu de Ciências Naturais, trilhas e atividades educativas no Jardim Botânico, trazendo a comunidade para conhecer e aprender sobre nossa fauna e flora. Ademais, o Museu de Ciências Naturais mantém desde 1988 um serpentário científico, onde são criadas mais de 350 serpentes peçonhentas, e que é destinado à extração de veneno. A peçonha é utilizada na produção de soro antiofídico e diversas pesquisas.

Da mesma forma que sabemos que o Museu Nacional do Rio, foi negligenciado por esse governo golpista de Temer e toda casta de políticos e juízes que ganham uma ou mais vezes que o próprio orçamento do museu, que pouco se importam pela cultura e ciência no país. Vemos no Rio Grande do Sul, o descaso pela FZB. Desde 2015 viemos falando sobre as ameaças do governador burguês José Ivo Sartori, que em diversas tentativas vem querendo a destruição da Fundação Zoobotânica. Este governo, que tenta de todas as formas desmontar nossa educação, fechando diversas escolas, parcelando o salário de professores, precarizando em geral a vida de funcionários públicos, ainda quer nos roubar um patrimônio histórico e científico.

Enquanto isso, não cobra as grandes empresas sonegadoras e muito menos extingue o fim das isenções fiscais, este é um plano de governo que coloca a classe trabalhadora pagando pela crise do Estado. Somos nós pesquisadores, professores, estudantes e proletários que pagamos para que esta casta de políticos e esta elite, que não é a maioria, continue com seus privilégios!

Por isso, precisamos resgatar o exemplo dos professores de 2017, que se ergueram nas ruas em uma greve de 94 dias, expondo toda sua indignação e revolta contra o desmonte da educação. Agora, novamente devemos unir, trabalhadores da educação e cultura, junto com a população para defender que a educação e nossos patrimônios, como a FBZ, são importantes e que merecem ser valorizados. É necessário se mobilizar e tomar as ruas para impor medidas como o confisco de bens dos grandes sonegadores, pelo fim das isenções ficais!

NÃO A EXTINÇÃO DA FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA!
PELO FIM DAS ISENÇÕES FISCAIS! COBRANÇA AOS EMPRESÁRIOS SONEGADORES!
TEMOS QUE RESGATAR O EXEMPLO DOS PROFESSORES EM 2017!

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Aline Zanetti (militante da Juventude Faísca e do grupo de mulheres Pão e Rosas) e Mateus de Oliveira (biólogo)




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