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ELEIÇÕES | Que os professores sejam milhares de vozes anticapitalistas!

Para fortalecer a luta contra os planos de Alckmin e os demais políticos de continuar atacando a educação e a tornando um negocio lucrativo é preciso uma voz anticapitalista.

terça-feira 2 de agosto de 2016 | Edição do dia

Em junho de 2013 a juventude saiu às ruas por transporte, saúde, lazer e, acima de tudo, educação pública de qualidade. Em junho gritavam “o professor vale mais do que o Neymar”, na Copa do Mundo o lema foi “queremos escolas padrão Fifa” e o ano passado, no auge da luta por educação, os secundaristas ocuparam centenas de escolas em São Paulo, se espalhando como uma faísca para outros estados, dando uma aula de educação a Alckmin e seus aliados da máfia das merendas.

Em 2015, mais de 10 estados chegaram a ter greve de professores, como a dura batalha dos professores do Paraná, fortemente reprimidos pelo PSDB, e a greve mais longa dos professores de São Paulo, que durou 92 dias. Este ano os professores do Rio de Janeiro fizeram 4 meses de uma greve forte e que contou com apoio da juventude e dos trabalhadores, ainda assim, ficaram sem seus salários, cortado pelo governo.

As lutas dos estudantes e professores por melhorias na educação escancaram as condições do ensino público e a profunda desvalorização dos professores e do trabalho docente.

Professores com dupla e até tripla jornada para complementar seus salários baixíssimos, o que impede que tenham tempo de preparo e formação. Falta de estrutura física nas escolas para dar condições de trabalho, em várias escolas falta o essencial como giz, mesas, material pedagógico, produto de limpeza e aporte tecnológicos para as aulas. A burocracia dos diários, portfolios, secretaria digital, provas enviadas pelo governo para serem obrigatoriamente aplicadas e tabeladas com relatórios, também consomem grande parte do trabalho do professor, mas em nada melhoram as condições e os resultados do ensino.

Além dos problemas já bastante conhecidos por todos como as salas superlotadas e a falta de professores, já que muitos acabam saindo da docência para exercer outras profissões menos precarizadas e com melhor remuneração.

O total descaso dos governantes com o ensino público e com os professores é absolutamente pensado e arquitetado. Não podemos esperar desses senhores, que ganham salários astronômicos e exorbitantes, que queiram que nossas crianças e jovens cresçam críticos e politizados, para que não questionem esse regime que possibilita a mamata em que vivem.

Educação para esses senhores servem apenas como pano de fundo para suas falcatruas e casos de corrupção, como nos casos do roubo das merendas e do superfaturamento das apostilas dos alunos de São Paulo e para privatizar e terceirizar tudo que podem na educação e encher os bolsos dos empresários e tubarões do ensino, como as creches de Haddad e os serviços de limpeza e merenda das escolas.

Agora com o governo golpista de Michel Temer, Cunha e companhia os ataques aos professores se aprofunda, chegando ao cumulo de se convidar Alexandre Frota, estuprador confesso, para pensar projetos para educação e deixando a direita racista, homofobica e machista se sinta a vontade para propor o projeto Escola sem Partido, que visa calar e silenciar os debates nas escolas entre professores e alunos.

Nesta perspectiva para que se avance em pontos importantes para a educação é preciso uma luta não só contra os governos, mas uma luta anticapitalista, contra esse regime que trata educação como negócios e não como direito básico das crianças e jovens. E essa luta deve se expressar nas ruas, onde sempre pudermos contar com o apoio e participação ativa de diversos companheiros, em especial a companheira Diana Assunção, que engajada nas questões de gênero e dos terceirizados, dois temas que também se ligam diretamente com nós, professores, já que é uma categoria de maioria mulheres e que sofre com a terceirização nas escolas, e que antes como diretora do Sindicato dos Trabalhadores da USP sempre esteve apoiando ativamente as lutas pela educação e como impulsionando o Esquerda Diário, uma mídia independente dos trabalhadores, colocando essa força a disposição de professores, alunos e pais, que vem levando uma importante campanha contra o projeto Escola Sem Partido, com professores de várias regiões do país mandando vídeos de suas aulas protesto.

Essas lutas agora podem ser travadas em outro campo, onde possamos denunciar para milhões de pessoas como a educação, as mulheres, a juventude e os terceirizados são tratados no capitalismo.

Neste último sábado, mais de 300 vozes, entre elas muitos professores municipais e estaduais, somaram-se no lançamento da pré candidatura Diana Assunção a vereadora por São Paulo. Ainda que saibamos o qual antidemocrático e sujo é este regime que dificulta e impede que trabalhadores e partidos de esquerda possam se eleger, podemos aproveitar este momento para construir um forte movimento de milhares de vozes anticapitalistas, que leve a luta por uma educação verdadeiramente pública, de qualidade e pensada a partir das necessidades dos trabalhadores e seus filhos, além de denunciar os privilégios dessa casta de parasitas que são os políticos profissionais, e é com essa tarefa que se coloca a pré-candidatura de Diana Assunção a vereadora por São Paulo, propondo, por exemplo, que não se pague a divida publica que enriquece e enche os bolsos dos países ricos e bancos e se invista diretamente na educação com os professores, pais e trabalhadores decidindo onde as verbas devem ser empregadas. Mais do que isso, questionemos os altos salários dos poderosos, enquanto os professores recebem uma miséria de salários.

A professora Marcella Campos, da zona norte de São Paulo diz sobre isso: “Minha primeira greve como professora foi em 2013 e desde lá estive ao lado de Diana, que sempre com disposição e muita luta, levou a discussão da educação e o apoio aos professores por onde esteve. Também nas ocupações dos alunos mostrou sua solidariedade e, certamente, como pré-candidata a vereadora continuará levando as questões das mulheres, da juventude e, sobretudo, da educação. Não a toa a principal proposta de Diana é que todo politico ganhe como uma professora e que todo cargo seja revogável. Acho que seriam avanços importantes para que esses políticos, que dizem não ter dinheiro para a educação, tenham que se explicar sobre os baixos salários dos professores e seus salários exorbitantes.”

Para fortalecer a luta contra os planos de Alckmin e os demais políticos de continuar atacando a educação e a tornando um negocio lucrativo é preciso uma voz anticapitalista, que discuta os problemas não só pela perspectiva de mudanças cosméticas como alguns propõem, mas que coloque em questionamento a estrutura do regime que permite os constantes ataques a educação e a total desvalorização do trabalho do professor.

Por isso chamamos a todos os professores que a partir dessa perspectiva venha com a gente construir um forte movimento de vozes anticapitalistas, levando as ideias e o Esquerda Diários para os conhecidos, professores e familiares, montando comitês de campanha que amplifiquem as vozes anticapitalista pela educação.




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