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GREVE NA CATALUNHA | Que a classe operária encabece a luta do povo catalão

terça-feira 3 de outubro de 2017 | Edição do dia

Neste 1 de outubro a massiva mobilização popular, com elementos de autoorganização, fez fracassar o objetivo do Governo com a brutal repressão da Polícia Nacional e a Guarda Civil. Graças as ocupações de colégios e as concentrações permanentes para defendê-los, passamos de “votarem” para “hem votat” e o povo catalão pode expressar sua vontade majoritária de conformar uma república e abrir um processo constituinte.

Desde a CRT chamamos a continuar a luta contra a repressão do Estado Central e a defender esse resultado, apesar de nosso projeto não ser o da criação da República Catalã, ligando essas lutas democráticas com uma agenda das reivindicações da classe trabalhadora, a juventude e os setores populares.

Há que se aprofundar na organização e luta dos trabalhadores. A greve geral de 3 de outubro é uma grande oportunidade. Devemos fortalecer a massificar os comitês de greve dos bairros e povoados, estender a auto-organização aos centros de trabalho e estudo, mediante assembléias, paralisações e outros métodos de luta, e prolongar a greve para além de terça-feira em todos os centros de trabalho que seja possível.

A ANC, Omnium e as direções do CCOO e UGT quiseram converter essa greve em uma “arraigada” das mãos do governo e a pequena e média patronal. Uma política pensada para apagar o caráter de classe desse método de luta, impedir que os trabalhadores a organizem em suas estruturas de trabalho e evitar que se questione a hegemonia que desde 2012 mantém os representantes históricos da burguesia catalã.

Porém, porque essa luta tem que ser hegemonizada por quem é uma minoria do povo catalão? Que a classe operária e os setores populares sejamos quem passe a hegemonizar esse processo.

Isso seria a única garantia tanto de que se possa efetivizar o resultado do 1 de outubro, como de que se possa abrir um verdadeiro processo constituinte, que não nasça tutelado pelos representantes das grandes famílias e empresas como “impõe” a Lei de Transitoriedade.

Se verdadeiramente quiser impulsionar uma perspectiva anticapitalista, a cup deveria romper com sua política de “mão estendida” com o Juntos pelo Sim e apostar numa estratégia nesse sentido.

Se no 1 de outubro decidimos a relação com o resto do Estado, agora queremos decidir todo o restante. Por exemplo, se devemos repartir as horas de trabalho sem redução salarial para acabar com o desemprego, se deve ser proibida qualquer forma de precariedade trabalhista, se os empresários imobiliários e especuladores devem ser expropriados para solucionar o problema da habitação ou se devemos taxar as grandes fortunas para financiar suficientemente uma educação e saúde públicas e gratuitas.

Para tanto é fundamental que as direções do CCOO e UGT rompam com essa política de conciliação com a patronal, e que junto à esquerda sindical chame aos trabalhadores a estender a greve mais além do dia 3, convoquem assembléias e estendam a auto-organização aos centros de trabalho.

Mesmo assim, a esquerda sindical e política do Estado Espanhol deve tomar como suas as demandas do povo catalão contra a repressão e por respeito ao resultado do 1 de outubro, convocando ações commo as que se realizaram em várias cidades e paralisações, e exigindo das direções do CCOO e UGT o fim do seu papel de “sindicatos de regime” e a convocação de uma greve geral em apoio à Catalunha e pela abertura de processos constituintes livres e soberanos contra o regime de 78.




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