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VENEZUELA | Provocações golpistas de Guaidó, dos EUA e de Bolsonaro geram conflitos na fronteira venezuelana

sábado 23 de fevereiro de 2019 | Edição do dia

O líder da oposição ao governo de Nicolas Maduro, o parlamentar Juan Guaidó, em sua conta oficial do Twitter, pediu nesta manhã que a população "saia massivamente pelas ruas do país, manifestando-se pacificamente" para que as Forças Armadas deixem passar a entrada da dita “ajuda humanitária”.

O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Guaidó, segue fazendo sua campanha de provocações, com a ajuda dos governos direitistas de Bolsonaro no Brasil e de Ivan Duque na Colômbia, todos sob coordenação dos Estados Unidos de Trump. O imperialismo norte-americano e a direita latinoamericana, governos autoritários que não tem nenhum interesse no povo venezuelano e em seus direitos, apoiam-se no justo descontentamento das massas contra a catástrofe econômica e social provocada por Maduro para conduzir uma intentona golpista, que aprofundará a situação de miséria dos trabalhadores e trabalhadoras da Venezuela.

Os reduzidos comboios provenientes da Colômbia e do Brasil tentam forçar a entrada nas fronteiras que haviam sido fechadas pela Venezuela, especialmente nas pontes de Santander e Simón Bolívar, na fronteira com a Colômbia, provocando choques e incidentes já preparados por Guaidó e pelos Estados Unidos.

"Pelas nossas fronteiras, por mar e terra, traremos a esperança, a comida e os medicamentos para os mais necessitados", disse Guaidó. Junto com governos do Brasil e da Colômbia, responsáveis por enormes ataques aos trabalhadores de seus países, como a Reforma da Previdência de Bolsonaro, Guaidó faz um discurso demagógico de defesa das vidas venezuelanas para impor um regime golpista e subordinado aos interesses de Trump.

Guaidó - que se diz preocupado com a situação da população venezuelana - aceitou o embargo ao petróleo da empresa nacional venezuelana (PDVSA) operado pelos EUA, o que só trará mais miséria aos trabalhadores. Esse fantoche da Casa Branca também aceitou o congelamento dos bens extraterritoriais da Venezuela, o que deixa a soberania do país nas mãos de Washington, a quem o "presidente interino" já confirmou querer entregar o petróleo e os recursos naturais, além de prometer congelar salários, facilitar demissões e privatizar as companhias venezuelanas. Um programa absolutamente capacho.

Bolsonaro, por sua vez, busca servir de principal ponto de apoio dos Estados Unidos para o avanço da ofensiva golpista na Venezuela. Não surpreende, tendo em vista que quer entregar os recursos naturais brasileiros, especialmente o petróleo, às multinacionais norte-americanas. Bolsonaro faz o papel de vassalo no altar de Trump.

“Para a FANB reiteramos nossa ordem: obedeçam à Constituição, deixem a ajuda humanitária e se coloquem ao lado do povo. Hoje têm em suas mãos a vida de centenas de milhares de venezuelanos. Todo o país e o mundo terão seus olhos em vocês. Decidam bem", acrescentou Guaidó, na publicação.

Autoridades colombianas disseram que três membros da Força Armada Nacional da República Bolivariana da Venezuela (FANB), guarda militar do país, abandonaram seus postos na fronteira do país com a Colômbia. Os militares faziam o bloqueio da região e se renderam a um grupo civil que tentava atravessar a fronteira. A FANB não se pronunciou sobre o assunto.

Enfatizamos uma vez mais: é responsabilidade do chavismo e seu fracassado projeto a facilitação de toda essa ofensiva reacionária desatada pelo imperialismo e o direitismo continental, que através da direita nativa chegam a níveis descarados de intervencionismo alentando o golpe como saída política à crise do país.

Nicolás Maduro, com seu regime bonapartista, apoiado sumamente no Exército, é responsável pela tragédia dos venezuelanos, por toda a dependência econômica aos preços do petróleo, o pagamento da fraudulenta dívida externa e a permissão à fuga de capitais, e as subsequentes desvalorizações cambiais inflacionárias, que trazem miséria e mantem a subordinação do país ao imperialismo. A direita encontra nesse descontentamento terreno fértil para dar uma saída reacionária ao povo venezuelano.

Repudiamos a participação de Bolsonaro e do governo brasileiro nessa intentona golpista e intervencionista endereçada à Trump e seus interesses geopolíticos na região, sob o petróleo e as riquezas dos trabalhadores venezuelanos. É parte do projeto trumpista de retomar a subordinação política e econômica dos países da América Latina, como pátio traseiro dos seus negócios e da exploração dos trabalhadores.

Neste 23F mais que nunca é necessário enfrentar resolutamente a ofensiva imperialista e todo o plano da direita golpista, o que não implica em absoluto o mais mínimo apoio político a Maduro. Nesta situação é imperioso que os explorados da América Latina se mobilizem contra esta tentativa de golpe imperialista na Venezuela, que fortalecerá as direitas regionais como a de Bolsonaro, Duque e Piñera.




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