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DEMISSÕES INDÚSTRIA | Prometendo "empregos", indústria de SP demite quase 10 mil trabalhadores em junho

domingo 16 de julho de 2017 | Edição do dia

O setor industrial paulista, condensado na patronal da FIESP, demitiu 9,5 mil funcionários em junho, numa queda de 0,44% em relação a maio, na série sem ajuste sazonal. Trata-se do segundo resultado mês consecutivo com resultado maior de demissões — em abril, a indústria de São Paulo havia reduzido seus quadros em 3 mil funcionários, revertendo dois meses de resultados positivos, segundo dados do Valor.

O segmento que mais demitiu foi o de produtos alimentícios (-2.341), seguido por impressão e reprodução de gravações (-1.332), bebidas (-1.302) e móveis (-1.118).

Das 27 regiões paulistas com demissões maiores que a criação de empregos, conta-se Botucatu (-4,34%), por confecção de artigo do vestuário (-32,53%) e produtos alimentícios (-0,42%); Santos (-1,65%), influenciado por produtos de metal (-9,31%) e produtos minerais não metálicos (-1,90%) e Matão (-1,49%), por máquinas e equipamentos (-2,18%) e produtos alimentícios (-0,94%).

A ladainha patronal era de que "com a terceirização do trabalho, haverá mais emprego". Como discutimos inúmeras vezes no Esquerda Diário, trata-se do contrário: a flexibilização dos direitos trabalhistas e a precarização das condições de trabalho facilitam as demissões, permitem que os empresários demitam sem grandes custos. Essas demissões pela FIESP mostram que a patronal quer descarregar a crise sobre nós trabalhadores.

A mesma coisa ocorrerá com os efeitos da reforma trabalhista. O funcionário será obrigado a entregar uma porção maior de seu trabalho ao capitalista, estendendo sua jornada laboral e trabalhando por dois, três ou mais funcionários, recebendo muito menos por isso. Conclusão: os patrões necessitarão de menos trabalhadores para realizar a mesma quantidade de trabalho. A reforma trabalhista gerará mais desemprego.

Veja aqui: Reforma trabalhista estende jornada de trabalho de 8h para 12h por dia

Sabemos que é uma mentira que os ajustes neoliberais gerarão mais emprego! E os patrões já demitem por antecipação. Assim, seguiremos tendo de um lado um número exorbitante de desempregados (mais de 14 milhões de trabalhadores hoje no Brasil), e de outro lado, trabalhadores sobrecarregados com jornadas de 10h, 11h, 12h e até mais por dia. Uma loucura que mostra quão podre é o sistema capitalista, acabando com as vidas dos trabalhadores na miséria do desemprego, ou devorados por máquinas num ritmo de trabalho alucinante, a fim de aumentar seus lucros.

Não podemos permitir que essa reforma fique de pé. Precisamos lutar para anular esta reforma, e denunciar as centrais sindicais que não movem um dedo para combatê-la, como a CUT, a CTB, nem falar da traidora Força Sindical.




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