Professores do Piauí, tanto estaduais como municipais, estão em greve pelo pagamento do salário de acordo com o piso nacional dos professores e contra os ataques que os governos vêm desferindo contra a educação pública em todo o estado. Ontem, 14, os professores estaduais votaram continuidade da greve de mais de 100 dias contra a intransigência do governo de Regina Sousa.
quarta-feira 15 de junho de 2022 | Edição do dia
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Diante de tantos ataques de Bolsonaro ao conjunto da classe trabalhadora, os ataques à educação são mais um forte exemplo de como os governos pretendem aprofundar a precarização desde a base da sociedade.
Depois de denúncias de irregularidades em programas da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) e suspeitas de desvios de finalidade de recursos do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef), a crise na educação do Piauí teve seu ápice com a greve dos professores da rede estadual de ensino, ao mesmo tempo da greve dos professores municipais de Teresina.
Há anos sem reajuste, mesmo diante do aumento da inflação e da precarização da vida impostos pelo governo de Bolsonaro e Mourão, os professores no Piauí estão em greve há 112 dias no estado exigindo reajuste salarial e se enfrentam com a intransigência do governo de Regina Sousa (PT). Os professores estaduais pedem por melhores condições de trabalho e pelo reajuste linear de 33,24% dos vencimentos referente a 2022, que já é lei federal, além de um reajuste dos anos de 2019 e 2020 para ativos e aposentados. Nesta terça (14/06), nova assembleia da categoria de estaduais votou pelo seguimento da greve que já ocorre há 112 dias.
A greve seguirá mesmo com a intransigência da governadora Regina Sousa em negociar e com os ataques ao direito de greve que vem desferindo à categoria, tornando a greve ainda mais dura. Regina autorizou corte de ponto de salário dos servidores, além de fazer campanha contra os trabalhadores fazendo voltar às aulas a todo custo, ataques que se aprofundaram com o pedido que fez à justiça de ilegalidade da greve e de bloqueio das contas do sindicato, que foi realizado.
Em Teresina, capital do Piauí, governada por Dr. Pessoa do Republicanos, os professores também estão em greve, exigindo o reajuste de 33,23% e também por mais segurança sanitária nas escolas, chegando ao Ministério Público do Piauí (MPPI) abrir uma ação civil pública de improbidade, pedindo na justiça o afastamento do Prefeito Dr. Pessoa e do Secretário de Educação de Teresina, Nouga Cardoso, de seus respectivos cargos, além do pedido de bloqueio de bens dos gestores.
Ainda no estado, o Governo Federal de Bolsonaro bloqueou 14,5% do orçamento para as Universidades Federais, representando R$ 15.523.717 a menos no orçamento da Universidade Federal do Piauí. Segundo a Universidade, o valor reduzido seria destinado a “despesas de custeio, com uso discricionário, para pagamento de gastos com água, energia elétrica, bolsas de assistência estudantil, funcionamento dos restaurantes, manutenção predial e de equipamentos, passagens e diárias, entre outros itens.”
Nos Institutos Federais, a perda será de R$ 10 milhões com o bloqueio orçamentário, o que representa 14% do orçamento do Instituto. Segundo o IFPI, tanto os serviços prestados aos estudantes como à sociedade piauiense serão afetados. Portanto, há um grande ataque à educação no estado que vem se aprofundando a nível federal e estadual, já que Wellington Dias também veio fazendo cortes na UEPI e passou também uma reforma ds previdência municipal que ataca os servidores estaduais. Mas os servidores da educação mostram o caminho de como enfrentar o conjunto dos ataques.
Nós do Esquerda Diário prestamos nossa total solidariedade à greve dos trabalhadores da educação no Piauí e chamamos os sindicatos, entidades e demais categorias a também apoiarem essa luta, dando exemplo como os trabalhadores do Detran que também estão em greve se enfrentando com o governo de Fátima Bezerra, do PT, e enviaram seu apoio aos professores do Piauí.
Abrimos nosso site para ser uma ferramenta para expressar a greve e as lutas dos professores no Piauí contra o cerco midiático da mídia tradicional e chamamos os trabalhadores a enviarem seus depoimentos, opiniões e mensagens ao nosso portal. Todo apoio à luta dos professores no Piauí.