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PROFESSORES | Professores de São Paulo: concursados precisam pagar para assumir o emprego

O absurdo beira a insanidade: o governo Alckmin – e governos anteriores e prefeitos – além de pagarem uma miséria aos professores, além de dividirem os professores, do ponto de vista salarial e trabalhista, em professores de primeira, segunda classe, além de impor carga horária massacrante e direitos trabalhistas cada vez mais mínimos, agora exige que os professores paguem pelos exames de admissão que O GOVERNO exige.

terça-feira 24 de janeiro de 2017 | Edição do dia

Estão exigindo uma bateria infindável de exames [muitos deles caríssimos e tóxicos, como é o caso da mamografia], e exigem que o professor, desempregado, pague por eles. Naturalmente sem qualquer garantia, naturalmente podendo acontecer de jamais serem contratados.

É um absurdo até do ponto de vista da justiça ordinária, burguesa, que não pode exigir que o inocente prove que é “culpado”, que ele “faça provas contra si”. Mas é o que o governo dos ricos está fazendo nas nossas bandas. O professor tem que “provar” e pagar para provar que “não está doente”.

Já é um absurdo – e não podemos naturalizar nunca – que o Estado burguês divida os professores em diferentes classes, solenemente fechando os olhos para o fato de que todos são professores. Com o objetivo claro de pagar piores salários e criar artificialmente uma categoria não apenas de mal-pagos mas ao mesmo tempo de precarizados no salário e no próprio vinculo vínculo trabalhista que a patronal fica livre para romper até por telefone.

Esse é o momento da esquerda mostrar que é esquerda: partindo da denúncia de mais esse ataque em alto e bom todo, por todos os meios, exigindo da CUT, dos sindicatos e oposições sindicais que abracem a causa para exigir o fim daquela extorsão financeira contra os professores, de terem que pagar para poder assumir um emprego ... público. E levantar lutas por regionais, estadual, nacional, a plenos pulmões.

De forma que além de derrubar essa exigência ilegal e perigosa, criar uma maior indignação no seio da classe trabalhadora e suas famílias sobre os métodos capitalistas de tratar os professores e, automaticamente, a juventude e a meninada que depende da escola como brasileiros de segunda classe.

Mostrar que não existe hoje e nem jamais existiu a tal “nação educadora”. Senão como entender que as forças policiais e de repressão ganhem salários que os professores do segundo grau sequer sonham? Senão como entender que uma sala de aula tenha que funcionar superlotada de alunos? Senão como entender o tal “escola sem partido”, que vem para quebrar a base da inteligência do jovem, seu espírito crítico, tentar criar um rebanho de seres submissos? Senão como entender que se queira, afastar a escola da moradia, jogar a escola longe da casa do aluno? Ou como entender que se corte no orçamento de educação, com a famigerada PEC 55? E a criminalização e perseguição a professores que lutam e estudantes que ocupam escolas?

E por fim: senão como entender que o professor que prestou concurso tenha que pagar uma lista sem fim de exames que O GOVERNO exigiu?

Por tudo isso a nossa agenda tem que passar por ocupações, combates, aliança professores-estudantes-classe trabalhadora em geral para barrar esses e outros ataques e passar o país a limpo levantando a bandeira de uma Constituinte livre e soberana.

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Bibliografia citada - X-Rays: helth effects of common exams, S C Books, San Francisco, 1985,440 páginas. [Este livro, escrito por especialista norte-americano, prova que RX são cancerígenos, independente da dose]




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