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DIA DO PROFESSOR | Professora Maíra Machado responde às mentiras do Ministro da Educação na TV

O ministro golpista da Educação, Mendonça Filho, usou o horário nobre de domingo, bem entre o programa do Faustão e o Fantástico, para fazer demagogia com os professores. Num teatro, onde parabenizou os professores pelo seu dia, o ministro afirmou que em 2018 o governo Temer vai investir R$2 bilhões no aperfeiçoamento e formação dos docentes desde a graduação, afirmando que o governo trabalhará para a melhoria de nossas vidas.

Maíra MachadoProfessora da rede estadual em Santo André, diretora da APEOESP pela oposição e militante do MRT

terça-feira 17 de outubro de 2017 | Edição do dia

O ministro não parou por aí, disse que os avanços já começaram com a Reforma do Ensino Médio e da aprovação da base curricular nacional. O governo golpista chama essas medidas de avanço, mas nós professores, sabemos que ao contrário são retrocessos para nossa carreira e também para a as escolas. A Reforma do Ensino Médio quer implementar o ensino estritamente técnico, acabar com as ciências humanas, acabar com a contratação de professores e “aperfeiçoar” o ensino com profissionais que não fizeram licenciatura e não tem conhecimento pedagógico e sim o chamado “notório saber”, ou seja, pessoas que fizeram alguma especialização em alguma das disciplinas do ensino médio, mas não são professores.

A base curricular comum, também é um ataque ao ensino, pois parte do princípio que em todo o país as crianças e adolescentes vivem a mesma realidade. Elimina as contradições sociais e as diferenças culturais do país, que é enorme e diversificado em sua cultura e tradição, sabemos que além da língua portuguesa, centenas de dialetos são falados no Brasil, por exemplo, e o currículo escolar deve atender a essas diferenças.

O discurso do ministro é mentiroso, já que diz que os professores serão valorizados em meio a uma realidade em que os professores de São Paulo não tem aumento salarial há mais de 20 anos, os do Rio de Janeiro ficaram meses e meses sem receber, no Rio Grande do Sul estão há 22 meses com salários parcelados, só pra citar os exemplos mais gritantes. Além disso, o governo que diz valorizar a educação é linha de frente na ameaça do projeto “Escola sem Partido” que serve para calar professores e estudantes e nesse caminho impedir o combate a todos os ataques.

É tão demagógico o discurso do ministro que fechou sua fala “homenageando” a professora Heley Abreu Batista, que trabalhava certamente em condições muito precárias na periferia de Janúba. Ela, assim como milhares de professores em todo o país, driblam as adversidades das escolas públicas para garantir o melhor para seus alunos, nos enfrentando com a falta de salários, de condições de trabalho, da vida mal vivida de nossas crianças e dos ataques profundos do governo às nossas condições de vida para defender a escola pública.

Afirmo que nesse dia dos professores nos enchemos de orgulho da professora Heley que deu sua vida para salvar seus alunos. Também que precisamos seguir o caminho aberto pelos professores do Rio Grande do Sul, que se enfrentam há mais de um mês com o governador Sartori e mostram que temos força para derrotar os ataques à educação de conjunto e as nossas condições de vida.




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