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UNICAMP | ProFIS mobilizado: assembleia e reunião com a pró-reitoria de graduação da Unicamp

Na última quarta-feira (30) de setembro, após assembleia do curso, o Pró-Reitor de Graduação da Unicamp, Luís Alberto Magna, se reuniu com os estudantes do ProFIS para tentar entrar num acordo em relação aos cortes de bolsa e do passe escolar.

quinta-feira 1º de outubro de 2015 | 01:20

Como já visto aqui no Esquerda Diário, o ProFIS é o curso mais precarizado da Unicamp, ao mesmo tempo que é o que mais abre as portas da universidade para a população de Campinas – ainda com contradições, visto que o acesso à universidade pública deveria ser radicalizado com o fim do vestibular, para que todos possam ocupar esse espaço público. O ProFIS está sendo atacado pela reitoria com cortes de bolsas de permanência e de vale-transporte e os estudantes estão fortemente mobilizados.

Antes de seguirem para a reunião com a pró-reitoria, os estudantes realizaram uma assembleia de curso, com cerca de 80 estudantes, e deliberou a paralisação da primeira aula da tarde - já que o pró-reitor só poderia ficar até as 16h - e a ida em ato até a reitoria para combater ao máximo essa reitoria e tentar sair de lá com alguma perspectiva. A assembleia que contou inclusive com uma luta política com membros do centro acadêmico que afirmavam e perguntavam como eles estavam sabendo desse corte, na mesma linha do pró-reitor naquela tarde, dizendo que só haviam 240 bolsas e algum critério de seleção deveria haver, como a avaliação socioeconômica que tiraria a bolsa de muitos que necessitam, enquanto o reitor continua recebendo seu supersalário. Só para evidenciar como é absurdo essa colocação, uma estudante trouxe o seguinte dado, 1,7% do excedente dos supersalários pagariam todas as bolsas do curso, inclusive as do terceiro ano que seguem sem receber. Em função de todas essas contradições que esses estudantes se colocam em luta e, logo após aquele momento, seguiram para efetuar um piquete na sala de aula para realizaram a paralisação. Garantido o piquete e que não haveria a aula naquele período seguiram para a reunião que tinha sido convocada.

Contextualizando, essa reunião foi tirada a partir do Conselho Universitário (CONSU) do dia 29. Reunião com a Pró-Reitoria de Graduação, em que Magna discutiu com os estudantes que não havia mais o corte da bolsa para o 2º ano (o curso é de dois anos) e que o site de inscrição estava errado, além de falar que não entende a motivação da Transurc (empresa de ônibus de Campinas) em cortar o passe escolar e que a Pró-Reitoria já entrou com ofício na empresa.

Todo esse discurso faz parte de uma demagogia infame para tentar conter um ascenso de luta no ProFIS. Afinal, estão sendo feitos acordos da reitoria da Unicamp com o prefeito de Campinas para reconhecer os estudantes como parte da Graduação da universidade, ou seja, são medidas tomadas a partir de uma lógica de que as demandas não são exigência de direitos, mas, sim, concessões dadas dependentes da boa vontade da reitoria e da própria prefeitura da cidade. O próprio Luís Alberto Magna disse: “o prefeito está abraçando a nossa causa”. E, se não der certo esses acordos com o prefeito, disse que, provavelmente, o caso tenha que ir para o campo judicial.

Além disso, nem as bolsas de permanência nem o passe escolar são garantidos aos alunos que não terminam o curso em dois anos. Segundo Magna, “a garantia é de bolsa para o 1º e o 2º ano, não existe autorização para pagar o 3º ano”, mas ”garantiu” de botar em votação no CONSU “conceder para os não concluintes, caso comprovem necessidade”.

Os estudantes da gestão do Centro Acadêmico de Ciências Humanas (CACH) e do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) compareceram à reunião e levaram apoio aos estudantes do ProFIS, por entenderem a importância de sua luta, afinal também sofremos com os cortes da reitoria e dos governos e lutamos por uma universidade aberta à população, inclusive esses estudantes que representam o setor mais precário aqui dentro, como já colocado. Por isso, temos de exigir nossos direitos e ter nítido de que os são, e que não devemos barrar nossa luta por uma tentativa de cooptação através de ditas concessões. Razão a qual a luta do ProFIS não acaba com a revogação dos cortes, e ela é sim cotidiana e deve ter isso em perspectiva.




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