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CULTURA | Prince: Purple Rain tocará para sempre

Gabriela FarrabrásSão Paulo | @gabriela_eagle

sexta-feira 22 de abril de 2016 | Edição do dia

Nessa quinta-feira, 21 de abril, um choque geral atingiu a todos, as pessoas postavam mensagens na internet pedindo que não fosse verdade e a falta de confirmação da polícia deixou em estado de suspensão fãs do mundo todo – e são muitos -, mas no início da tarde foi confirmada a morte do cantor e compositor Prince aos 57 anos. O músico foi encontrado morto no elevador de sua casa em Minneapolis e segundo a polícia a causa de sua morte ainda não é conhecida.

Em instantes todos se manifestavam sobre a tristeza ao receber a notícia da morte do cantor, e não era para menos; Prince era um ícone.

Diversos artistas se pronunciaram nas redes sociais sobre a morte de Prince. Ronnie Wood, dos Rolling Stones, declarou que irá sentir saudades do amigo tão talentoso. Mick Jagger se disse imensamente triste: “Prince foi um artista revolucionário, um musico e compositor maravilhoso. Prince foi um letrista original e brilhante guitarrista. Seu talento não tinha limites. Prince foi um dos mais originais e excitantes artistas dos últimos 30 anos.”

Prince Rogers Nelson nasceu em 7 de junho de 1958 na mesma cidade em que veio a falecer. Começou sua carreira musical na banda Grand Central com influência de Jimi Hendrix e James Brown, misturando desde então o rock e o soul.

Começou sua carreira solo em 1978 e já no ano seguinte com seu segundo álbum entrou para lista Bilboard 200. Em 1984 Prince já estava no auge de sua carreira e lança seu disco e filme “Purple rain”. O disco vendeu mais de 20 milhões de cópias, o filme arrecadou mais de 80 milhões de dólares. Prince se torna ícone.

Ao longo de sua carreira lançou 39 discos, 4 filmes, ganhou algumas dezenas de prêmios e 7 grammys e milhões de fãs ao redor do mundo.

A carreira de Prince também foi marcada pela exploração da imprensa e das gravadoras. Teve durante sua carreira um período conturbado por uma disputa com a gravadora Warner com quem assinou um contrato, que foi alardeado na mídia como um dos maiores contratos da história da música, mas que em realidade o colocou em uma disputa pelo direito autoral as suas músicas, o levando até a mudar seu nome para um símbolo impronunciável, que juntava o masculino e o feminino. A Warner buscava mercantilizar ao máximo a arte de Prince, obrigando-o a lançar sucessivos álbuns, o levando a protestar contra a gravadora em uma foto com a palavra escravo escrita no rosto – não é muito diferente de hoje em que a Sony visando apenas a sua lucratividade força Kesha a manter seu contrato com o produtor que abusou sexualmente dela.

Mas Prince sempre soube da perversidade da indústria cultural, desde os incansáveis questionamentos sobre o jeito andrógino de se vestir, a polêmica criada sobre sua sexualidade e a constante exploração de sua imagem nas páginas papparazzi. Sobre tudo isso declarou uma vez na época do lançamento do filme “Purple rain”: “Tinha um cartaz meu de 20 metros de altura. Ali eu percebi que a vida é uma ilusão.”

Prince foi, para além de sua figura andrógina e polêmica, um grande músico. Passou pelos estilos disco, funky, rock, soul, jazz, botando a sexualidade em suas músicas, até mesmo naquelas apenas instrumentais. Fantástico performer nos palcos e em seus clipes, músico brilhante, fazia questão de gravar e tocar ele mesmo todos os instrumentos presentes em seus discos, e extraordinário guitarrista. Purple rain continuará ecoando eternamente.


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